Baptismo

O baptismo é uma prática antiga aplicado aos neófitos. Era sinal de iniciação do indivíduo na prática religiosa e servia como símbolo de integração no grupo a que se destinava. A primeira referência bíblica ao baptismo é para nos relatar a pregação de João Baptista seguida do baptismo de arrependimento. “Naqueles dias apareceu João, o Baptista, pregando no deserto da Judeia, dizendo: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mt 3.1–3). A partir deste referente a João, a Bíblia menciona ainda o baptismo de Jesus, e o baptismo dos apóstolos.

O baptismo de João era ministrado aos judeus que o procuravam no deserto para ouvir a sua mensagem de arrependimento. Ele declarava-lhes ousadamente o seu pecado e exigia-lhes uma conversão prática para anuir a baptizá-los. Uns confessavam os seus pecados e eram baptizados. A outros, porém, retrucava ele: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento…” (Mt 3.7,8). “Eu, na verdade, vos baptizo em água para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos baptizará em Espírito Santo e fogo.” (Mt 3.11).

O baptismo de Jesus foi efectuado neste contexto do deserto. É digno de nota o facto de João procurar escusar-se a baptizar Jesus pelo facto de não achar nele qualquer pecado. Porém, o Senhor, ainda que sem pecado, exigiu o cumprimento da justiça fazendo-se baptizar por João, ainda que este fosse menor. Encontramos neste facto uma grande lição de humildade e submissão daquele que era o maior e sem necessidade alguma de arrependimento nem confissão de pecados. Ele o fez para servir de exemplo a todos os seus discípulos na História da humanidade. Ninguém tem o direito de sentir desnecessário o seu baptismo, visto que, além do Senhor, não há um justo sequer, porque todos estão em pecado e sob o domínio do pecado.

Depois vem o baptismo dos apóstolos, assim chamado porque eles foram incumbidos de pregar o arrependimento e baptizar aqueles que aceitassem a sua palavra na disposição de continuarem a ser instruídos na doutrina dos apóstolos, como está escrito: “Portanto indo, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.” (Mt 28.19,20).

Ao celebrarem a Festa do Pentecostes, os discípulos reunidos esperavam ansiosos pelo cumprimento da promessa e, de repente, o Espírito Santo encheu toda a casa e começaram a louvar a Deus em outras línguas. O facto atraiu a multidão que, admirada, acusava os discípulos de estarem embriagados com mosto. Isto obrigou Pedro a dar uma explicação detalhada do acontecimento e rematou com as seguintes palavras: “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (At 2.36). Pedro acusou-os de terem humilhado Jesus, mas Deus exaltou‑o soberanamente.

E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.37,38). “De sorte que foram baptizados os que receberam a sua palavra, e naquele dia agregaram-se quase três mil almas e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (At 2.41,42).

O baptismo significa que o candidato já se considera como morto para o pecado, mas vivo para Deus, conforme escrito por Paulo: “Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos baptizados em Cristo Jesus fomos baptizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo baptismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” (Rm 6.3,4). Por conseguinte, o baptismo é um marco histórico da restauração, do recomeço para uma vida nova.

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