O Casamento

Génesis 2:18

Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora para estar na sua presença.” 

Questão

Visto que Deus planeou o casamento entre dois seres de sexo diferente, por que razão aparecem homens e mulheres reclamando direitos legais para contrair casamento com indivíduos do mesmo sexo?

Problema legal

Segundo o artigo 1577 do Código Civil, o casamento “é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida”.

Mas, o artigo 13º da Constituição diz que ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, (…), condição social ou orientação sexual”.  (In, CM, 1–5‑07).

Está planeado alterar a Constituição. Desconhecemos, porém, qual será a sua alteração, mas sabemos que a Lei Divina é mais importante que a lei dos homens. Rejamo-nos por ela.

Contexto bíblico

Para encontrar a resposta para esta questão sigamos a pista do relato bíblico. Primeiramente, consideremos a segunda narrativa de Génesis: “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai‑a;” (Gn 1:27,28). Como teria sido possível, no início, multiplicarem-se se existissem só homens, ou somente mulheres? Mas eles multiplicaram-se e encheram a terra de habitantes de ambos os sexos.

Então, temos o facto de Deus ter criado ambos à sua própria imagem, semelhantes, portanto, em pensamento, inteligência e volição. Além disso, a mulher é parte do homem, e os dois completam-se perfeitamente no casamento. Por isso, O Senhor também disse: “Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se‑á à sua mulher e serão uma só carne.” (Gn 2:24).

Após terem transgredido às ordens do Senhor, Adão respondeu: “A mulher que me deste por companheira deu-me da árvore, e eu comi.” (Gn 3:12). O Criador não deu um homem ao primeiro homem, mas uma mulher capaz de o completar e ajudar no povoamento da terra. Dois homens não teriam possibilidade de se multiplicar e povoar a terra.

Consideremos agora o castigo que era infligido àqueles que transgrediam as normas divinas do casamento: “O homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera.” (Gn 20:10). E “se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles.” (Lv 20:13).

Para evitar a confusão dos sexos, Deus ditou a seguinte norma distintiva: “Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação ao Senhor teu Deus.” (Lv 22:5). Note-se que as vestes, naqueles tempos bíblicos, eram distinguidas pelas cores do tecido. Visto que o Senhor não tolera esta confusão a respeito de vestes, devemos admitir que, igualmente, abomine e rejeite a união de dois homens ou duas mulheres em casamento.

Observemos um exemplo, dos vários narrados na Bíblia, em que uma mulher estéril deu à luz um filho por promessa e acção divinas: “Havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não lhe dera filhos.” (Jz 13:2). Porém, Deus visitou-os e concedeu-lhes um filho, a quem chamaram Sansão. Esta mulher estava em condições de gerar, porém, um homem não tem condição alguma para o efeito. Nem por milagre.

No tempo dos juízes, em Israel, uma tribo ficou privada de mulheres, e os mancebos não tinham parceiras para o casamento.  Então, “Disseram, pois os anciãos da congregação: Como havemos de conseguir mulheres para os que restam, pois que foram destruídas as mulheres de Benjamim?” (Jz 21:16). Não nos parece que, à falta de mulheres, alguém tenha optado pelo homem. A solução foi encontrada doutra forma bem mais decente, procurando mulheres noutro lugar.

Até aqui temos considerado a narrativa do Antigo Testamento. Doravante, consideraremos o relato do Novo Testamento. S. Paulo é o grande instrutor neste aspecto: “mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido. O marido cumpra à mulher os seus deveres conjugais, e do mesmo modo a mulher ao marido.” (1 Co 7:2,3). Como observamos, a lei divina atribui deveres mútuos entre um homem e uma mulher. “Todavia, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher. pois, assim como a mulher veio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus.” (1 Co 11:11,12). Ainda ninguém nasceu de dois homens, ou de duas mulheres, prova prática de aberração abominável a união homossexual.

O apóstolo instrui ainda os deveres sociais entre marido e mulher, não entre dois homens, deste modo: “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo.” (Ef 5:22,23). Quem será a cabeça entre dois homens? Aquele que toma o lugar do homem? Se isso é já difícil entre sexos opostos, quanto mais entre sexos iguais? Esta é mais uma prova da grande aberração do homossexualismo.

O mesmo doutor da Igreja apresenta, na sua carta aos romanos, a sua violenta crítica acerca do homossexualismo, informando a que se deve esse desvio sexual: “pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim, como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm… os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.” (Rm 1:25–28,32)

Como instrução final, consideremos o que foi escrito aos hebreus do primeiro século: “Honrado seja entre todos o matrimónio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hb 13:4).

Conclusão
A prática normal do casamento, segundo a lei divina, é um homem e uma mulher separados de seus pais para viverem unidos e continuarem a povoar a terra. A aberração e pecado do homossexualismo entrou no mundo por causa do pecado e do afastamento de Deus. Por este motivo, os factores de semelhança entre homem e Deus foram anulados. O pensamento do homem difere bastante do de Deus, assim como a inteligência. Quanto à vontade, diremos que Deus tem um alvo e o homem procura outro bem diferente.

Por isso, o Senhor os abandona aos seus instintos pecaminosos até completarem a medida do merecido castigo. Como escreveu João: “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 21:8). “E não entrará nela (na Nova Jerusalém) coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21.27).

Ler ainda O Matrimónio é Divino

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