As sete Virtudes

As sete Virtudes que o Senhor aprecia

Assim como há sete defeitos que o Sen­hor detes­ta, há tam­bém sete vir­tudes que o Sen­hor aprecia.

E por isso mes­mo vós, empre­gan­do toda a diligên­cia, acres­cen­tai à vos­sa fé a vir­tude, e à vir­tude a ciên­cia, e à ciên­cia o domínio próprio, e ao domínio próprio a per­se­ver­ança, e à per­se­ver­ança a piedade, e à piedade a frater­nidade, e à frater­nidade o amor. Porque, se em vós hou­ver e abun­darem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutífer­os no pleno con­hec­i­men­to de nos­so Sen­hor Jesus Cristo.” (2 Pd. 1.5–8)

I. Vir­tude

Pos­suir vir­tude é ter carác­ter nobre, boa qual­i­dade moral, val­or, excelên­cia, cor­agem. Este carác­ter nobre é for­ma­do pela med­i­tação reg­u­lar na Palavra de Deus, onde con­s­ta o mod­e­lo divi­no. Paulo exal­ta os seus ouvintes de Bereia por exam­inarem as Escrit­uras para con­ferir a sua men­sagem (At 17:11).

Vis­to ser o carác­ter que val­oriza um indi­ví­duo, con­vém for­má-lo medi­ante o estu­do sis­temáti­co da Palavra de Deus. Este carác­ter é um tesouro den­tro de vasos de bar­ro “para que a excelên­cia do poder seja de Deus, e não da nos­sa parte” (2 Co 4:7). Paulo deu instruções à igre­ja para orar a fim de ele “com intre­pi­dez, faz­er con­heci­do o mis­tério do evan­gel­ho, pelo qual sou embaix­ador em cadeias, para que nele eu ten­ha cor­agem para falar como devo falar” (Ef 6:20).

E nos­so Sen­hor enco­ra­ja-nos com estas palavras escritas por João: “Ten­ho-vos dito estas coisas para que em mim ten­hais paz. No mun­do tereis tribu­lações; mas tende bom âni­mo, eu ven­ci o mun­do” (Jo 16:33). Ele venceu e nós vencer­e­mos se O tiver­mos sem­pre connosco.

II. Ciên­cia

O vocábu­lo traduzi­do por ciên­cia sig­nifi­ca pos­suir infor­mação, exper­iên­cia, dis­cern­i­men­to, con­hec­i­men­to da ver­dade. Ora, o con­hec­i­men­to de Deus é a coisa mais impor­tante, mas muitos rejeitam essa ciên­cia por lhes pare­cer desapro­pri­a­da, e prati­cam o que não con­vém (Rm 1:28). Por este moti­vo, Paulo ora para que os cristãos sejam cheios de con­hec­i­men­to da von­tade e Deus “para que pos­sais andar de maneira digna do Sen­hor, agradan­do-lhe em tudo, fru­ti­f­i­can­do em toda boa obra, e crescen­do no con­hec­i­men­to de Deus” (Cl 1:10).

Pedro exprime-se deste modo: “… antes cres­cei na graça e no con­hec­i­men­to de nos­so Sen­hor e Sal­vador Jesus Cristo”[i]. E Paulo acres­cen­ta: “… até que todos chegue­mos à unidade da fé e do pleno con­hec­i­men­to do Fil­ho de Deus, ao esta­do de homem feito, à medi­da da estatu­ra da plen­i­tude de Cristo”[ii]. Pois é através de nós que se “difunde em todo o lugar o cheiro do seu con­hec­i­men­to”[iii]

III. Tem­per­ança

A tem­per­ança é mar­ca­da por autodomínio, mod­er­ação, sobriedade. Ser tem­per­a­do é dom­i­nar a incli­nação para os exces­sos. Tudo o que é demais faz mal, mas se for a menos tam­bém pode ser prej­u­di­cial. Paulo apre­sen­ta a tem­per­ança como uma das car­ac­terís­ti­cas do fru­to do Espíri­to[iv].

O ter­mo grego em todas as ocor­rên­cias do Novo Tes­ta­men­to tem o sig­nifi­ca­do de ‘dom­i­nar o ego’. Isto é, há ocasiões que entramos em luta connosco mes­mos a respeito de agir ou não agir de cer­ta maneira. Deci­damos à luz da Palavra de Deus e sejamos sóbrios.

O após­to­lo Paulo alia a sobriedade ao uso da armadu­ra con­ce­di­da por Deus, des­ta maneira: “mas nós, porque somos do dia, sejamos sóbrios, vestin­do-nos da couraça da fé e do amor, e ten­do por capacete a esper­ança da sal­vação”[v]. “Porque Deus não nos deu o espíri­to de covar­dia, mas de poder, de amor e de mod­er­ação”[vi]

IV. Paciên­cia

Paciên­cia é res­ig­nação, per­se­ver­ança na esper­ança. É a tran­quil­i­dade com que se espera algo impor­tante e tar­da em chegar. Por exem­p­lo, Tia­go adverte-nos a respeito da vin­da de nos­so Sen­hor con­forme segue: Por­tan­to, irmãos, sede pacientes até a vin­da do Sen­hor. Eis que o lavrador espera o pre­cioso fru­to da ter­ra, aguardando‑o com paciên­cia, até que rece­ba as primeiras e as últi­mas chu­vas. Sede vós tam­bém pacientes; for­t­ale­cei os vos­sos corações, porque a vin­da do Sen­hor está próx­i­ma.”[vii]

Quan­do Paulo nos con­vi­dou a apre­sen­tar os nos­sos cor­pos a Deus em sac­ri­fí­cio vivo, deixou-nos um sábio con­sel­ho tri­par­tido, entre out­ros, que fare­mos bem em seguir: “ale­grai-vos na esper­ança, sede pacientes na tribu­lação, per­se­verai na oração”.[viii] E colo­cou a esper­ança entre as três vir­tudes teolo­gais quan­do escreveu aos corín­tios: “Ago­ra, pois, per­manecem a fé, a esper­ança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.”[ix]

V. Piedade

Piedade é sen­tir pena, com­paixão, é ser devo­to, ded­i­ca­do ao serviço a Deus. Eis uma bela ilus­tração sobre este tema: “Cer­ta ocasião, Jesus chamou os seus dis­cípu­los e disse: “Ten­ho com­paixão da mul­ti­dão porque já faz três dias que eles estão comi­go e não têm o que com­er; e não quero des­pe­di-los em jejum para que não des­faleçam no cam­in­ho.”[x]

Out­ra vez, o Sen­hor sen­tiu com­paixão por uma pobre viú­va que acabara de perder o seu úni­co fil­ho e, abeiran­do-se dela, dirigiu-lhe estas palavras de con­so­lo: “Não chores”. E man­dan­do parar o corte­jo, orde­nou ao rapaz que se lev­an­tasse; feito isto entregou-lho.

Noutra ocasião, estando a ensi­nar com uma parábo­la o dev­er de per­doar, no final disse: “Ser­vo mal­va­do, per­doei-te toda aque­la dívi­da porque me supli­cas­te; não devias tu tam­bém ter com­paixão do teu com­pan­heiro, assim como eu tive com­paixão de ti?”[xi] E Paulo deixou-nos este con­sel­ho: “…sede bon­dosos uns para com os out­ros, com­pas­sivos, per­doan­do-vos uns aos out­ros, como tam­bém Deus vos per­doou em Cristo.”[xii]

VI. Frater­nidade

O amor fra­ter­nal é o amor próprio de irmãos, amizade, sol­i­dariedade. Esta palavra provém de ‘filadelfia’ ou amizade de irmãos. E, vis­to haver­mos nasci­do de Deus, somos irmãos e deve­mos tratar­mos como tais. Primeira­mente, deve­mos hon­rar uns aos out­ros, segun­do o belo ensi­no apos­tóli­co: “Amai-vos cor­dial­mente uns aos out­ros com amor fra­ter­nal, preferindo-vos em hon­ra uns aos out­ros.”[xiii]

Depois, segue-se a sol­i­dariedade expon­tânea, movi­da pelo Espíri­to San­to: “Porque pare­ceu bem à Macedó­nia e à Aca­ia lev­an­tar uma ofer­ta fra­ter­nal para os pobres den­tre os san­tos que estão em Jerusalém.”[xiv] Note­mos o con­sel­ho de Paulo a quem aban­do­nou a vida vel­ha para viv­er uma vida nova: “Aque­le que fur­ta­va, não furte mais; antes tra­bal­he, fazen­do com as mãos o que é bom para que ten­ha o que repar­tir com o que tem neces­si­dade.”[xv]

VII. Amor

Este é o supre­mo amor, (agape) o amor da entre­ga, que está pron­to a dar-se e a dar. Temos o exem­p­lo no próprio Deus: O Pai deu o Fil­ho por nós, e o Fil­ho deu a vida por nós, e disse: “Um novo man­da­men­to vos dou: que vos ameis uns aos out­ros; assim como eu vos amei, que tam­bém vos ameis uns aos out­ros.”[xvi]

E João escreve na sua primeira car­ta: “Ama­dos, amemo-nos uns aos out­ros porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nasci­do de Deus e con­hece a Deus. Aque­le que não ama não con­hece a Deus; porque Deus é amor.”[xvii]

Ler tam­bémOs Sete Defeitos’

[i] 2 Pd 3:18

[ii] Ef 4:13

[iii] 2 Co 2:14

[iv] Gl 5:23

[v] 1 Ts 5:8

[vi] 2 Tm 1:7

[vii] Tg 5:7,8

[viii] Rm 12:12

[ix] 1 Co 13:13

[x] Mt 15:32

[xi] Mt 18:33

[xii] Ef 4:32

[xiii] Rm 12:10

[xiv] Rm 15:26

[xv] Ef 4:28

[xvi] Jo 13:34

[xvii] 1 Jo 4:7,8

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