O Reino Prometido

O reino prometido. “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. “ Êx.19.6

Em resposta ao clamor dos oprimidos, o Senhor chamou Moisés e entregou-lhe a missão de libertar o povo eleito, para levá-lo à terra prometida. Salvos milagrosamente da escravidão, acamparam no sopé do Sinai e, aí, Deus falou-lhes: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.”5

Para um reino existir é preciso que haja pessoas consagradas e submissas a um senhor que governa, domina, reina, afinal. Moisés, no seu cântico de gratidão, canta assim: “Tu os introduzirás e os plantarás no monte da Tua herança, no lugar que Tu, ó Senhor, aparelhaste para a Tua habitação; no santuário, ó Senhor, que as Tuas mãos estabeleceram. O Senhor reinará eterna e perpetuamente”.6

Para os hebreus, o reino de Iavé começara com a chamada e submissão de Abrão. Porém, a Lei que os governaria foi revelada a Moisés no Sinai. Esses mandamentos básicos foram gravados em duas pedras e lidos ao povo, que confirmou a sua obediência. Tratam eles do relacionamento com Deus e com a sociedade, a fim de haver paz e segurança na terra. São chamados os dez mandamentos, por apresentarem dez cláusulas essenciais à vida humana, e estão descritos em Êxodo capítulo vinte.

Quando Gideão livrou Israel dos midianitas, e foi convidado a reinar sobre eles, respondeu-lhes que nem ele nem seu filho dominaria, mas, “ Iavé sobre vós dominará”7. Gideão tinha a concepção do reino como uma teocracia onde Deus seria soberano sobre toda a liderança do povo. Se o Senhor for aceite como Rei é mister que sejam seguidas as suas orientações, ou, doutra forma, não é o reino de Deus.

Querendo ser como as outras nações, Israel pediu ao profeta Samuel um rei que governasse a nação. Deus esclareceu que a Ele mesmo estavam rejeitando, para que não reinasse sobre eles. Entretanto, o Senhor permitiu que isso acontecesse e a tragédia não demorou. Quando a soberania divina é afastada da vida das pessoas, envereda-se pelo caminho do pecado e o caos acontece. Porém, o Senhor entristece-se pelo facto e sempre oferece a melhor solução às pessoas.

Na concepção oriental, o rei era, geralmente, reconhecido como filho dos deuses, sendo a sua pessoa sagrada. Deus, na sua aliança com David promete adoptar o descendente dele como Seu filho dizendo: “Este edificará casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. E eu lhe serei por pai, e ele me será por filho”8. Este descendente é Jesus, filho de David através de Maria e José, e filho de Deus mediante a acção do Espírito Santo na sua concepção. É nele que está a solução para os problemas da humanidade.

David descreve, no salmo dois, a acção de Deus concernente ao rei eterno: “Eu próprio consagrei o meu rei no meu santo monte de Sião”,9 isto é, em Jerusalém. E continua: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão”. Esta promessa foi feita ao descendente de David, o qual Isaías apresenta como sendo Emanuel, Deus connosco.

Só ele terá vocação e capacidade especiais para assegurar um reino de paz e prosperidade. Por este motivo, é nomeado pelo profeta como Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. Também Isaías afirma que “ o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele nos salvará”10.

Jeremias menciona a promessa que Deus fez de levantar a David um renovo justo para reinar e prosperar, praticando o juízo e a justiça na terra;11 Um renovo é aquilo que brota duma raiz envelhecida, cuja planta foi Cotada. Jesus cumpre perfeitamente esta profecia, pois Ele é o rebento novo da árvore genealógica de David para continuar a dinastia. E Daniel assegura que o Deus do céu levantará um reino que jamais será destruído.

Zacarias convida Israel a alegrar-se, desta maneira: “Exulta ó filha de Jerusalém; Eis que o teu rei virá a ti; justo e salvador pobre, e montado sobre um jumento”12. Estas palavras cumpriram-se literalmente quando Jesus entrou em Jerusalém, na última semana do seu ministério, montando o predito jumento. Além disso, as honras que lhe prestaram identificam-no com um rei humilde e muito popular.

Porém, os líderes esperavam um político que os libertasse do jugo romano, e, por este motivo, não entenderam a missão primária de Jesus, que era libertar o povo do pecado. Como seria possível ter o reino de Deus e o reino do pecado ao mesmo tempo?

Para existir o reino de Deus é mister acabar com o domínio do pecado nos corações. Jesus veio fazer isso mesmo, desfazer as obras do diabo. Esta foi a obra da cruz. O nosso adversário está derrotado. Ainda que tente a sua vitória nós seremos mais do que vencedores. Aquele que está connosco é o Eis o método Bíblico: “Sujeitai-vos a Deus, resisti ao Diabo ele fugirá de vós” (Tg. 4.7).

LER AINDA > O reino Revelado

5, Ex. 19:5,6
6, Ex. 15:17,18
7, Jz. 8:23
8, 2 Sm 7:13
9, V. Boa Nova
10, Is. 33:22
11, Jr. 23:5
12, Zc. 9:9

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