Reino em Parábolas I

O Reino em parábolas. Jesus gostava de instruir por parábolas, figuras bem conhecidas pelos seus contemporâneos, a fim de entenderem claramente a sua mensagem. Embora algumas parábolas concernente ao Reino não se refiram diretamente à natureza da Igreja, todas elas, de alguma forma, refletem a existência e a atividade da Igreja no mundo. 

A primeira parábola a ser mencionada, por três dos evangelistas, é aquela do semeador. Através dela Jesus instrui a multidão que o escuta acerca do início, da natureza, e crescimento do seu reino. Na interpretação o Senhor explica que a semente do reino dos céus é a Palavra, o “logos” de Deus, lançada nos corações. Isto é, na medida da proclamação e aceitação da Boa Nova de Jesus acontece o desenvolvimento e a natureza do reino. Todo este processo é divino e operado pelo Espírito Santo através da História, fazendo a semente germinar e desenvolver até ao tempo da ceifa (cf. Marc. 4:26).  

Cristo asseverou que o seu reino não é deste mundo. Não foi planeado nem elaborado cá, pelos humanos. É algo superior, porque teve origem em Deus, no céu. Eis o que foi dito pelo profeta: “Nem por força nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor” Zac. 4:6. A Igreja foi revestida do Espírito Santo, no pentecostes, e continua a sê-lo, a fim de cumprir a sua missão de proclamar o Reino dos céus em toda a terra. 

O reino de Deus acontecerá pela graça e orientação do Espírito Santo que veio para convencer o mundo do pecado, da justiça, e do juízo. Ele convence do pecado para produzir arrependimento e mudança de carácter nas pessoas crentes. Da justiça a fim de haver vida nova orientada pelo Senhor, assim na terra como no céu. E do juízo porque aqueles que rejeitarem ao Senhor Jesus serão castigados à separação eterna de Deus. 

Havemos de notar que Marcos e Lucas usam a expressão “reino de Deus”, enquanto Mateus diz o mesmo escrevendo “reino dos céus”. Este uso de Mateus deve-se ao temor que os judeus tinham perante o nome de Deus, e ao facto do seu evangelho ser escrito especialmente para eles. Disto se conclui que os escritores falavam do mesmo reino messiânico na terra. De modo semelhante, observamos que Mateus também usa “reino de Deus” cinco vezes, e uma delas a par com “reino dos céus”(cf. Mat. 6:33; 12:28; 19:23, 24; 21:31, 43). Lucas escreve “reino dos céus” três vezes, além das outras, “reino de Deus”(cf. Luc. 7:28; 10:11; 14:15). Concluímos que eles usaram, indistintamente, ambas as expressões como sinónimos. O reino de Deus veio do céu para governar a terra como no céu. É este o propósito da pregação do evangelho de Cristo. 

A seguir vem a parábola do joio para ensinar que durante o crescimento do reino Satanás está ativo lançando a sua semente no campo para sufocar o trabalho de Jesus e dos seus servos. Ambos os sistemas se desenvolvem paralelamente até à vitória final, com a prisão de Satanás. O apóstolo João reconhece que o espírito do anticristo se encontra em atividade no mundo, lutando pelo seu reino, mas os que são de Cristo vencerão porque o Maior está com eles. Os zelosos servos manifestam a sua prontidão para arrancar a erva daninha do campo sagrado. 

Porém, o Senhor da seara aconselha a deixar crescer ambos juntos até ao tempo da ceifa, quando dará ordens aos seus anjos para fazerem a separação entre justos e injustos. É a eles que compete esta difícil missão. Para que nessa ocasião não seja rejeitado, é aconselhável aceitar a boa semente, o evangelho, a fim de crescer no reino de Deus. 

Ainda que os servos distingam a diferença são impedidos pelo seu Senhor de arrancar o joio. Pois, o estrago seria maior. Isto não significa que não deva haver disciplina e correção; mas, somente isso, e visando a restauração. Aquele que transformou água em vinho pode, do mesmo modo, mudar o carácter das pessoas. A missão dos cristãos é semear a boa semente, enquanto a função de Cristo é dar o crescimento e fazer a colheita. 

Jesus fala desse julgamento quando muitos lhe dirão naquele dia: “Senhor, não profetizámos nós em teu nome? E em teu nome não expulsámos demónios? E em teu nome não fize­mos muitas maravilhas? Então, abertamente lhes dirá: “Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Pois nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.

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