Espírito Santo no NT

O Espírito Santo no Novo Testamento

Já foi mencionada acima a profecia referente à presença do Espírito Santo no Messias. Agora resta-nos declarar o cumprimento da mesma segundo os vários aspectos da vida de Cristo e da Igreja. Ele viveu constantemente cheio do Espírito Santo e foi guiado em todas as circunstâncias a fazer o que era do agrado do Pai. A Igreja é assistida também pelo Espírito Santo a fim de agradar a Deus.

Na experiência de Cristo

O Seu nascimento está marcado pela presença e acção do Espírito Santo. Na concepção de Jesus está descrito o Espírito Santo como o Seu agente (Mt. 1.20; Lc. 1.35). Ele foi concebido pelo poder e virtude do Espírito Santo. Em Cristo, gerado pelo Espírito, estava o verdadeiro Homem e o verdadeiro Deus. O seu corpo veio através de Maria, mas a sua vida veio do céu, pelo Espírito Santo (Jo. 8.23; 1 Co. 15.47).

No Seu baptismo foi assistido pelo Espírito Santo quando veio sobre Ele em forma de pomba. Aquele que fora concebido pelo Espírito haveria de ser assistido pelo mesmo Espírito Santo. E, tal como desceu sobre Maria para gerá-lo, desceu sobre Ele para ungi-lo como profeta, sacerdote e rei (Mt. 3.16; Mc. 1.10; Lc. 3.22; Jo. 1.33; Act. 10.38).

No Seu ministério foi em tudo guiado pelo Espírito. Foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser provado e experimentar como nós as tentações (Mat. 4.10,11; Mc. 1.12,13). Todavia, ali venceu as sugestões do príncipe das trevas. Jesus sabia que o Espírito Santo estava com Ele para cumprir o ministério recebido do Pai (Lc. 4.18). Lucas narra que Jesus expulsava os demónios pelo dedo de Deus, ou, pelo Espírito de Deus (Lc. 11.20).

Na Sua crucificação foi assistido pelo Espírito eterno, pelo qual se ofereceu para morrer na cruz (Hb. 9.14). Foi a presença do Espírito Santo que o manteve na cruz com amor aos pecadores (Jo. 13.1). Foi pela presença do Espírito Santo que Ele suplicou o perdão para sacrificadores (Lc. 23.34).

Na Sua ressurreição, o Espírito Santo foi o agente, como está escrito: “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus… também vivificará os vossos corpos mortais (Rm. 8.11). Após a ressurreição apareceu aos discípulos e soprando sobre eles disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo. 20.22). E Jesus deu mandamentos pelo Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, e eles registaram-nos para nosso ensino (Act. 1.2).

Na Sua ascensão cumpriu a promessa do Pai e enviou o Espírito Santo sobre todos os que o esperavam. Pedro esclareceu os seus ouvintes, no dia de Pentecostes, que “isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne” (Act. 1.8; 2.1–4,16,33).

Na experiência Humana

O Espírito Santo é o executivo de Deus entre nós para pôr em movimento todo o plano divino. Nesta parte observaremos as várias operações do Espírito Santo em relação aos homens.

Ele age como Promotor de Justiça declarando a condenação daqueles que rejeitam a Cristo. Para convencer alguém é preciso levar ao seu conhecimento verdades que o confrontem com a sua conduta. Ora, o Espírito Santo convence as pessoas do pecado, da justiça, e do juízo (Jo. 16.8).

a) Do pecado, “porque não crêem em mim,” disse Jesus (Jo. 16.9). Ele convence, sobretudo, do pecado da incredulidade. Este é o grande pecado porque é contra o remédio para pecado. O maior perigo é não crer em Jesus. A resistência à acção do Espírito santo é considerado o pecado que não tem perdão (Mt. 12.31). Blasfemar é atribuir ao diabo o que o Espírito Santo faz.

b) Da justiça, “porque vou para meu Pai” (Jo. 16.10). Depois do Pentecostes, Pedro, cheio do Espírito santo, convenceu milhares de pessoas que Jesus não somente era justo, como também era o caminho da nossa justificação (Act. 2.37,38).

c) Do juízo, “porque já o príncipe deste mundo está julgado” (Jo. 16.11). Na cruz, Cristo assegurou que Satanás foi derrotado e condenado a perder os súbditos. Jesus desfez no Calvário as obras que o diabo efectuou no Éden (1 Jo. 3.8). E aniquilou o império da morte vencendo a própria morte na ressurreição (Hb. 2.14,15). É o Espírito Santo quem nos convence da liberdade existente em Cristo (Rm. 8.16).

Ele actua na regeneração. Aqueles que ficam convencidos do pecado e se rendem ao Senhor são, pelo mesmo Espírito, regenerados e feitos nova criação com direito ao reino de Deus. Pelo nascimento da água e do Espírito tornamo-nos filhos de Deus com direitos; “porque quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo. 3.3–7). Pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo tornamo-nos novas criaturas (Tt. 3.5); Com a lavagem da água, pela Palavra, purificamo-nos do pecado (Ef. 5.26). Somos gerados de novo pela Palavra de Deus, viva, e feitos nova criação em Cristo (1 Pd. 1.23; 2 Co. 5.17).

Ele habita no interior dos santificados. Aquele que foi regenerado está em condições de ser habitado pelo Espírito Santo. Essa foi a promessa do Senhor aos discípulos. “O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis porque habita convosco e estará em vós” (Jo. 14.17). Assim, Deus começa um novo relacionamento com o indivíduo e passa a estar presente na sua vida diária. Eis algumas afirmações das Escrituras:

a) A Trindade passa a habitar no crente regenerado (Jo. 14.23).

b) O Espírito de Deus habita no crente regenerado (Rm. 8.9).

c) O Espírito de Cristo habita no crente regenerado (Rm. 8.9).

d) O crente regenerado passa a ser o templo do Espírito Santo (1 Co. 6.19).

Ele baptiza os crentes no corpo de Cristo. No momento em que o Espírito Santo é recebido pelo crente, também este é recebido no corpo de Cristo, que é a Igreja. As Escrituras afirmam que somos baptizados em um Espírito para formar um corpo (1 Co. 12.12–14). Logo que somos membros do corpo de Cristo é para fazer o que Ele faria, dando assim, glória a Deus (1 Co. 12.27). Portanto, individualmente somos membros uns dos outros para ajudar-nos mutuamente (Rm. 12.5).

Ele actua na santificação dos crentes. No momento da regeneração o Espírito Santo efectua uma mudança espiritual no crente de modo a poder iniciar um novo período na sua vida. Mas a obra não fica completa. Ninguém fica perfeito como que por magia. O crente passa por muitas provas e dificuldades, mas o Espírito Santo permanece ali para continuar a sua missão de aperfeiçoamento e santificação (2 Co. 7.1). Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus (Rm. 8.14). Ora, o fruto dos filhos santificados é o fruto do Espírito Santo; “Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança (Gl. 5.22).

Ele provê orientação para os filhos de Deus. Na rendição a Deus damos permissão ao Espírito Santo para orientar as nossas vidas pessoais, e também para nos guiar no serviço que devemos prestar ao Senhor. Ele orienta-nos em toda a verdade referente a Cristo (Jo. 16.13). Ele orienta no serviço de evangelismo pessoal. Filipe foi orientado pelo Espírito Santo a encontrar- se com o eunuco para revelar-lhe Jesus (Act. 8.27–29). Ele orienta a escolha das pessoas para certas missões; “disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Act. 13.2,4). Dependamos sempre da orientação do Espírito Santo a fim de satisfazermos a vontade de Deus.

Os crentes devem tomar vários cuidados em relação ao Espírito Santo a fim de manter bom relacionamento com Deus:

a) Não blasfemar contra o Espírito Santo (Mt. 12.31).

b) Não resistir ao Espírito Santo (Act. 7.51).

c) Não entristecer o Espírito Santo (Ef. 4.30).

d) Não mentir ao Espírito Santo (Act. 5.3,4).

e) Não extinguir o Espírito Santo (1 Ts. 5.19). Quem perder o Espírito Santo fica sem orientação e sem consolação. Sem Ele é impossível cumprir a vontade de Deus.

Ler ainda O Espírito Santo na Experiência da Igreja

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