O Cristão, Deus e a Política

Política vem de Polis, cidade; é a ciência de organização, direção, administração e a respetiva aplicação aos assuntos internos e externos de uma nação. Políticos são os cidadãos que se ocupam da governação do país. Nos regimes democráticos, a ciência política compreende a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com o seu voto ou a sua militância.

Deus é o primeiro político, porque fundou a sociedade humana e lhe concedeu governantes conforme o mérito de cada grupo. Há 4.000 anos chamou Abrão, da idolatria Babilónica, região dominada pelo politeísmo, e de quem formou um novo povo, de origem monoteísta. Há 3.500 anos, Deus chamou Moisés para libertar da escravidão o povo que Ele criou e viria a chamar-se Israel, a fim de ser o Seu próprio reino. Como Deus agiu com Abrão poderá agir com outro do seu agrado.

Deus elegeu e chamou Moisés para a nobre missão de formar uma nação sob a Sua orientação, mas com homens submissos e dedicados, conforme Êxodo 3. Então, “saiu Moisés e falou as palavras do Senhor ao povo, e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os pós ao redor da tenda.” (Núm. 11:24). Moisés recebia orientação de Deus e a passava aos homens para a executarem. Isto é o governo básico da nova nação.

Chegados ao monte do Sinai, Deus transmite a Moisés as leis básicas para a governação do povo segundo Êxodo, capítulos 20–23. Estes quatro capítulos revelam a organização básica de leis necessárias à governação do povo de Israel. Este era um reino sacerdotal, ou seja, Moisés transmitia as leis a ser executadas por anciãos e sacerdotes (Êxo. 19:6).

No capítulo 15, Moisés recebe a lei da contribuição voluntária para a construção da tenda-templo. E nos capítulos 26–27 apresenta o projeto para edificação do Templo. Nos capítulos 28–30 temos a lei do sacerdócio, suas vestes e deveres. No capítulo 31 lemos sobre a lei dos artífices para a execução do projeto do Templo.

Após a morte de Moisés, Deus elegeu Josué para o substituir no comando do povo de Israel e relembra-lhe a lei entregue por Moisés: “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares” (Jos. 1:7). Então, Josué foi animado por Deus a substituir Moisés na liderança desse povo. 

Nos capítulos 13–17, Josué administra, com o sacerdote Eleazar e os anciãos, a repartição da terra conquistada. No capítulo 18, Josué conti-nua a divisão da terra de Canaã; mas os levitas não tiveram direito a he-rança, porque apenas viveriam do sacerdócio; (v. 7). O capítulo 21 diz que os levitas receberam de seus irmãos, cidades para habitarem no meio deles. 

O capítulo 23 nos mostra que Josué tinha um corpo de anciãos, juízes e oficiais para executarem as várias leis de governação. Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo‑o eu rejeitado, para que não reine sobre israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.” (1 Sam. 16:1). Então, o profeta Samuel confirmou essa eleição, ungindo David com óleo. E outros se seguiram por intervenção divina. Quando um saía da rota, Deus levantava outro para assumir a liderança. Além disso, o Pentateuco é a Primeira Constituição Nacional de Israel, pois contém todas as leis necessárias para Governação naquela época.

À semelhança de Israel, os cristãos devem colaborar na governação da nação, através de homens e mulheres de carácter e dedicados à causa democrática. O Senhor Jesus também elegeu homens para o ajudar na missão da criação do reino: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.” (Mat 10:1) . “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.” (Luc. 10:1).

Jesus aconselha: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (Mat. 22:21). Dar a César é contribuir com militância e os devidos impostos para o governo do país. Dar a Deus é contribuir em todas as formas para crescimento do reino de Deus. Para a melhor causa, convém eleger sempre os melhores em carácter e dedicação. O cristão deve, sobretudo, votar contra a ideologia cultural marxista, incompatível com a doutrina cristã.

Convém dar atenção ao ensino do apóstolo Paulo: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,” (1Tm 2:1–3). E, não basta orar, é conveniente colaborar na governação do país, através dos seus eleitos para que executem bom serviço a bem dos cidadãos. 

Sabemos que Afonso Henriques entregou Portugal ao cuidado de Jesus Cristo no ano 1139 em Ourique. E os portugueses deverão reconhecer Cristo o seu Governante Supremo. Porque “é impossível governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia”, reconheceu George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos da América (1789–1797). Hoje, temos essa hipótese no Dr. André Ventura, temente a Deus e seguidor das Escrituras.

Quem não cumpre os seus deveres de cidadão não deve reclamar seus direitos. Então, votemos em consciência na defesa dos direitos cívicos, morais e económicos.

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