A CRIAÇÃO

Deus segu­ra o Mundo

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou” (Gén. 1.27)

No princípio, Deus criou os céus e a terra. Depois originou a vida. Então, do pó da terra criou o homem à Sua imagem e tornou‑o participante da vida. O corpo humano é a obra prima do Criador porque é uma criação especial. Por isso, o Senhor tem manifestado um magnífico interesse pelas suas criaturas.

A substância da criação

Deus teve fortes motivos para efetuar a criação do homem. Até ali não havia ser algum com quem pudesse manter uma comunhão realmente afetiva. Teria de criar alguém semelhante a Ele mesmo a fim de se identificarem e relacionarem em amor recíproco. Em Génesis 1.26 lê-se: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança”, disse Deus. E a partir do homem criou a mulher para companheira.

E assim aconteceu; nós havemos recebido a imagem do Criador na forma espiritual e moral. Esta foi a marca que o divino artista deixou na sua excelente obra. As substâncias da criação divina estão claramente declaradas em Génesis 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seu nariz o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”

O corpo foi formado do pó pelo poder de Deus. O Senhor fez um tabernáculo, uma habitação, e colocou ali o espírito. S. Paulo confirma que o homem é um espírito que vive num corpo. “Porque sabemos que se a nossa casa terrestre, deste tabernáculo, se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Cor. 5.1).

O espírito veio de Deus. O soberano Senhor assoprou-lhe a vida, e o que era simplesmente pó começou a participar da vida divina. Moisés e Arão dirigiram-se a Deus, quando intercediam, desta maneira: “Ó Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só homem e indignar-te-ás Tu tanto contra toda esta congregação?” (Núm.16.22).

Também o rei David se expressa desta maneira: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da Tua presença, e não retires de mim o Teu Espírito Santo”(Sal. 51.10,11). Pelo exposto podemos compreender que o homem é um espírito, que habita num corpo e, ao mesmo tempo, pode servir de morada ao Espírito Santo de Deus. A alma veio da fusão do espírito com o corpo. Quando Deus soprou o fôlego da vida, no corpo saído do pó, “o homem foi feito alma vivente” (Gén. 2.7). E iniciou a sua caminhada na terra, onde tem deixado inúmeras marcas da sua presença milenar.

Assim como o Criador, também a criatura é uma trindade, ainda que as Escrituras não contenham esse vocábulo. A triunidade humana é declarada por Paulo desta maneira: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”(1 Tes. 5.23).

O escritor da epístola aos Hebreus também reconhece a triunidade humana ao declarar que a palavra de Deus “penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas.” (Heb. 4.12). Como espírito que é, o homem tem capacidade de manter estreito relacionamento e comunhão com Deus, porque Ele também é espírito. Como alma, ele tem possibilidade de conhecer a si mesmo e de ter sentimentos. Com o corpo tem a percepção e o contacto com o mundo que o rodeia, através dos seus cinco sentidos. Assim se expressa o profeta: “Com a minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Is. 26.9).

Agora, o homem e o Pai dos espíritos cooperam para trazer uma nova alma ao mundo. Aquele gera filhos físicos para encherem a terra, e Deus regenera-os, tornando-os filhos espirituais para vencerem na terra; (Heb. 12.9). Ao nascer já trazemos a alma, essa parte onde opera a consciência, e a personalidade, que os irracionais não possuem. A alma penetra todas as partes do nosso corpo. Assim, eu sou um espírito e uma alma dentro dum corpo.

As Escrituras atribuem sentimentos a vários órgãos do nosso corpo. Vejamos: Jó menciona o doloroso sofrimento sentido usando os rins e o fel (Jó 16.13). O salmista expressa-se com o coração azedo e picadas nos rins (Sal. 73.21). Jesus afirmou que a fé nele produzirá rios de água viva brotando do ventre referindo-se à recepção pessoal do Espírito Santo (João 7.38,39). Paulo usa a ilustração das suas entranhas para recomendar a Filemom que deveria receber, de volta, o fugitivo escravo Onésimo como a ele próprio; (Fil. 12).

Este corpo sobrevive à morte enquanto o espírito lhe fornecer energia. Bastam duas referências das Escrituras para comprová-lo. A ressurreição da filha de Jairo aconteceu assim: “Jesus, pegando-lhe na mão, exclamou dizendo: Levanta-te menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou;” (Luc. 8.55). O apóstolo Pedro foi chamado para assistir a uma jovem cristã que havia morrido. Quando chegou junto dela, orou a Deus e, “voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, entregou-lha viva;” (Actos 9.40–41). Por este facto, muitos creram no Senhor e aumentaram o número dos fiéis.

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