A Necessidade de Expiação

O sentido exato de expiação é o de fazer algo que reconcilie duas partes em litígio. Uma vez que o homem entrou em litígio com Deus pela desobediência, havia necessidade de oferecer a Deus algo que restaurasse a comunhão perdida.

Quem ofereceu essa solução ao homem foi o próprio Deus, conforme está provado pelos exemplos expostos. Esta ação revela a Sua extrema bondade; (cf. Sal. 103, com ênfase nos versos 3–5): “É Ele que perdoa todas as tuas iniquidades, e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição, e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia.” Como se sabe, a águia vive muitos anos e, com a muda das suas penas, até parece rejuvenescer. Assim será com os que confiam no Senhor.

Por outro lado, a oferta sacrificial do homem revela a sua vontade de propiciar o seu Criador para reencontrar a paz e a comunhão. Visto o sangue ser o símbolo tanto da vida como da morte, era necessário usar o sangue da vítima para libertar o transgressor da condenação à morte.

Considerando a universalidade do pecado e a incapacidade do homem resolver o problema por si mesmo, havia necessidade que Deus fizesse alguma coisa para reaproximar o homem a Si. O Senhor não seria justo se não cumprisse a Sua palavra. E também não seria amor se não libertasse o homem da condenação. Vejamos o que é dito nas Sagradas Escrituras:

1.  Em toda a terra não há homem que não peque; (Ecl. 7.20). Porque todos pecaram à semelhança de Adão. E o pecador é riscado do livro da vida; (Êx. 32.33). Assim sendo, é preciso cuidado com o nosso estilo de vida diante de Deus a fim de não sermos condenados.

2.  Deus é tão puro de olhos que não pode ver o mal; (Hab. 1.13). A Sua santidade é incompatível com o pecado. Por isso, existe a separação entre o Criador e a criatura que transgride as suas leis, e permanece nesta situação até que se arrependa.

3.  O pecado separou o homem de Deus, como está escrito: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça;” (Is. 59.2). É por este motivo que muitos pedidos não são atendidos pelo Senhor. Enquanto não fizermos a Sua vontade Ele também não fará a nossa.

4.  Ninguém pode ocultar de Deus o seu pecado; (Núm. 32.23). Rituais, sacrifícios, e obras, são inúteis para esconder do Senhor a iniquidade. Só há um escape possível. É recorrer a Jesus para perdoar. Ele jamais negará o seu perdão a alguém que o busque arrependido e confesse o seu pecado sem lhe ocultar seja o que for. É bom não guardar para amanhã o que pode ser feito hoje, e agora mesmo.

5.  Ninguém pode remir a si mesmo, nem ao seu irmão, pois os recursos esgotariam antes, visto que a sua redenção é caríssima; (Sal. 49.7,8). Só a vida de Cristo, imaculada, justa, e santa, que nunca pecou, tem o valor adequado para remissão daqueles que pecaram à semelhança de Adão. “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus;” (1 Ped. 3.18). O Cordeiro de Deus abriu-nos a porta e cimentou o caminho para o Pai com o seu precioso sangue. Agora temos acesso direto a Deus pelo caminho que Jesus traçou.

6.  Ezequias restabeleceu os sacrifícios da expiação, para reconciliar a todo o Israel com Deus, após haver pecado, e deixado de cultuar ao Senhor; (2 Crón. 29.21–24). Enquanto eles ofereciam e sacrificavam animais, que nunca podiam tirar o pecado, Deus ofereceu e sacrificou o Seu Filho para tirar o pecado do mundo; (Heb. 10.11,12). Basta confiar no seu valor e descansar no Seu amor para obter purificação e paz.

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