A Regeneração

Regeneração, do grego “palingenesia” (palingenesia) significa gerar outra vez. É o acto pelo qual Deus opera a renovação das coisas criadas. A regeneração diz respeito à renovação de todas as coisas no céu e na terra, porém, aqui ocupamo-nos particularmente do homem. Embora a regeneração seja um acto do Espírito Santo, ela é activada pela fé na ressurreição do Senhor. Porque se Cristo não tivesse ressuscitado não teríamos garantias da aceitação do Seu sacrifício e estaríamos perdidos.

Foi por isso que Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer de novo (Jo. 3.3,7). O vocábulo no grego é “anwqen” (anôthen) que significa nascer de cima, do espírito de Deus, para ter inclinações espirituais; em contraste com a carne, que nasceu de baixo, da terra, com inclinações terrenas.

Pedro ensina que, pela grande misericórdia de Deus, fomos gerados de novo pela ressurreição de Jesus Cristo e pela semente incorruptível, que é a Palavra de Deus (1 Pd. 1.3,23). Paulo ensina que assim como Cristo ressuscitou, também nós ressuscitamos da morte espiritual, pela fé no poder de Deus, e fomos vivificados juntamente com Cristo (Cl. 2.12,13). Isto é o mesmo que alguém se despir do velho homem e vestir-se do novo, segundo a imagem do Criador (Cl. 3.19,10).

Paulo manifesta que em Cristo somos uma nova criação (2 Co. 5.17). No grego “kainh ktisij” (kainê ktisis) significa uma nova criação, ou nova criatura. E a nova criação que Deus fez é a Igreja, o corpo de Cristo, o novo Homem, formado com pessoas renascidas (Ef. 2.15,16). Ele também sente necessário que haja transformação mental para ser experimentada a perfeita vontade de Deus (Rm. 12.2). O novo nascimento concede-nos a mente de Cristo para pensarmos como Cristo (1 Co. 2.16).

A salvação não é alcançada pelas obras que o pecador possa realizar; mas torna-se realidade somente pela benignidade, amor, e misericórdia de Deus, mediante a acção do Espírito Santo que nos lava e renova para uma vida nova em Cristo; para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras como resultado da salvação (Tt. 3.4–8).

Santificação, do grego “agiasmoj” (aguiasmos) tem o sentido de separar do pecado e consagrar ao serviço exclusivo de Deus. Significa sair da tutela de Satanás e ficar sob a soberania de Deus. Enquanto a justificação descreve o lado divino da santificação, a conversão descreve o lado humano que envolve a personalidade total, intelecto, emoções, e vontade. A conversão tem o sentido de volver, virar, voltar em sentido oposto. Quem se vestiu do novo homem deixa de ter motivos para manter o mesmo rumo. Uma nova criação, com a mente de Cristo, não está adequada aos velhos caminhos de pecado.

Deus aconselha Israel à conversão quando estiver em angústia; “porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do concerto que jurou a teus pais (Dt. 4.30,31). Deus exorta o povo a deixar os maus caminhos e a voltar-se para Ele; “Tornai para mim, diz o Senhor do Exércitos e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc. 1.3,4). Ele envia pregadores para guiarem o povo à conversão (Lc. 1.16). O pecador, na conversão, alcança perdão e refrigério (At. 3.19). Quem guiar alguém à conversão cobrirá uma multidão de pecados (Tg. 5.20). A conversão concede às pessoas o privilégio de servir o Deus vivo e verdadeiro (1 Ts. 1.9).

A santificação tem dois aspectos fundamentais: O interno que é operado pelo Espírito Santo, mediante a fé; e o externo, sendo operado progressivamente pela vontade e cooperação do indivíduo. A santificação interna é efectuada através da purificação de todos os pecados no momento da conversão, enquanto a santificação externa consta de um processo contínuo que requer obediência pessoal aos padrões divinos. A santificação procede do coração do Pai e torna-se real no instante da fé declarada no sacrifício do Filho (1 Pd. 1.2).

Por conseguinte, a santificação é o resultado do sacrifício de Jesus e da fé da pessoa (Ef. 5.25,26). Acontece por acção do Espírito Santo naqueles que estão dispostos a isso porque “haveis sido santificados, e haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1 Co. 6.11). A santificação consta da purificação das nossas consciências pela fé no valor do sangue de Cristo (Hb. 9.13,14).

A santificação externa é um processo de submissão constante aos propósitos divinos. Como está escrito: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co. 7.1). Se há um purgatório, onde podemos, e devemos, expurgar todo o pecado, é aqui na terra, enquanto vivemos neste tabernáculo de carne. Pois, a santificação é necessária para ver o Senhor (Hb. 12.14).

Esta santificação passa pela consagração dos membros do meu corpo ao serviço de Deus e da justiça (Rm. 6.13,19) e procurar fazer tudo para glorificar a Deus (1 Co. 10.31,32). A santidade alcança-se e mantém-se pelo verdadeiro temor a Deus (1 Pd. 1.15–17). Santificação é: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo‑a na fé do filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2.20).

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