A Santificação

Santificação, do grego “agiasmoj” (agiasmos), tem o sentido de separar do pecado e consagrar ao serviço exclusivo de Deus. Significa sair da tutela de Satanás e ficar sob a soberania de Deus. Enquanto a justificação descreve o lado divino da santificação, a conversão descreve o lado humano que envolve a personalidade total, intelecto, emoções, e vontade. A conversão tem o sentido de volver, virar, voltar em sentido oposto. Quem se vestiu do novo homem deixa de ter motivos para manter o mesmo rumo. Uma nova criação, com a mente de Cristo, não está adequada aos velhos caminhos de pecado.

Deus aconselha Israel à conversão, quando estiver em angústia; “porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do concerto que jurou a teus pais (Dt. 4.30,31). Deus exorta o povo a deixar os maus caminhos e a voltar-se para Ele; “Tornai para mim, diz o Senhor do Exércitos e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc. 1.3,4). Ele envia pregadores para guiarem o povo à conversão (Lc. 1.16). O pecador, na conversão, alcança perdão e refrigério (Act. 3.19). Quem guiar alguém à conversão cobrirá uma multidão de pecados (Tg. 5.20). A conversão concede às pessoas o privilégio de servir o Deus vivo e verdadeiro (1 Ts. 1.9).

A santificação tem dois aspectos fundamentais: O interno que é operado pelo Espírito Santo, mediante a fé; e o externo, sendo operado progressivamente pela vontade e cooperação do indivíduo. A santificação interna é efectuada através da purificação de todos os pecados no momento da conversão, enquanto a santificação externa consta de um processo contínuo que requer obediência pessoal aos padrões divinos.

A santificação procede do coração do Pai e torna-se real no instante da fé declarada no sacrifício do Filho (1 Pd. 1.2). Por conseguinte, a santificação é o resultado do sacrifício de Jesus e da fé da pessoa (Ef. 5.25,26). Acontece por acção do Espírito Santo naqueles que estão dispostos a isso porque “haveis sido santificados, e haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1 Co. 6.11). A santificação consta da purificação das nossas consciências pela fé no valor do sangue de Cristo (Hb. 9.13,14).

A santificação externa é um processo de submissão constante aos propósitos divinos. Como está escrito: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co. 7.1). Se há um purgatório, onde podemos, e devemos, expurgar todo o pecado, é aqui na terra, enquanto vivemos neste tabernáculo de carne. Pois, a santificação é necessária para ver o Senhor (Hb. 12.14).

Esta santificação passa pela consagração dos membros do meu corpo ao serviço de Deus e da justiça (Rm. 6.13,19) e procurar fazer tudo para glorificar a Deus (1 Co. 10.31,32). A santidade alcança-se e mantém-se pelo verdadeiro temor a Deus (1 Pd. 1.15–17). Santificação é: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo‑a na fé do filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2.20).

A nova posição em Cristo. A partir do novo nascimento recebemos o direito de ser chamados filhos de Deus (Jo. 1.12). É um acto do profundo amor de Deus adoptar pecadores imundos como Seus filhos (1 Jo. 3.1). Mas isto não acontece sem que o Pai nos purifique de toda a imundícia. Filhos de Deus são aqueles que experimentam a transformação espiritual, definida como regeneração, e são adoptados como filhos de Deus com todos os direitos (Gl. 4.4–7). Filhos de Deus são todos aqueles que se deixam guiar pelo Espírito Santo de Deus (Rm. 8.14). Além disso, temos o testemunho dentro de nós, porque o mesmo Espírito testemunha junto do nosso espírito de que somos filhos de Deus, e logo herdeiros também (Rm. 8.16,17). Os filhos de Deus são reconhecidos pelas mesmas características do Pai, porquanto está escrito: “Sede santos porque Eu sou santo” (1 Pd. 1.16).

João afirma que aquele que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus (1 Jo. 3.10). Se Deus é amor, os filhos devem demonstrar o mesmo amor, porque qualquer que ama como Deus é filho de Deus (1 Jo. 4.7). Mateus registou estas palavras de Cristo: “Amai a vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5.44,45). Sendo filho de Deus pertenço à grande família dos santos de Deus (Ef. 2.19).

Juntos constituímos a morada de Deus em Espírito (Ef. 2.20). Jesus fez esta promessa: “Se alguém me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo. 14.23). Eu amo e obedeço a Deus; logo, sou morada de Deus. Paulo diz que fomos comprados por bom preço para sermos templo do Espírito Santo (1 Co. 6.19,20). Portanto, devo sempre glorificar a Deus em meu corpo.

Somos vencedores porque maior é o que está em nós (1 Jo. 4.4). A soberania de Deus é um aspecto do seu domínio inalterável e eterno sobre a sua criação. A autoridade dos filhos de Deus começa na sua adopção como filhos, porque temos a autoridade do Pai (Jo. 1.12). Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e a nossa fé é que vence o mundo (1 Jo. 5.4). Podemos vencer a inclinação da carne pela submissão ao Espírito que está em nós (Gl. 5.16). O que é nascido de Deus não vive no pecado e o maligno não lhe toca (1 Jo. 5.18). Jesus concedeu-nos autoridade até sobre os demónios (Lc. 10.19).

Tiago aconselha-nos a resistir ao diabo e ele fugirá de nós (Tg. 4.7). O vocábulo usado para resistir “antisthte” (antistêté) que significa permanecer em pé contra ele. Duas coisas temos de fazer para sairmos vencedores. Primeiro, sujeitamo-nos a Deus; então, resistimos ao diabo e seus demónios, permanecendo em pé pela fé, e eles fugirão de nós (cf. 1 Pd. 5.9). Aqui está a nossa vitória.

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