A verdadeira fé

Hebreus 11.6

Ora, sem fé é impos­sív­el agradar a Deus; porque é necessário que aque­le que se aprox­i­ma de Deus creia que ele existe, e que é galar­doador dos que o bus­cam.”

Questão

Segun­do o tre­cho supra, qual é a ver­dadeira fé que agra­da a Deus? Qual a sua car­ac­terís­ti­ca à luz das Sagradas Escrit­uras? Como sabe­mos que pos­suí­mos a genuí­na fé que agra­da a Deus?

A vida físi­ca depende de vários fac­tores como: ali­men­to, ener­gia, exer­cí­cio e repouso. A vida espir­i­tu­al segue a mes­ma nor­ma, emb­o­ra con­te com out­ros fac­tores impor­tantes: O cristão vive pela fé, for­t­alece o espíri­to na fé, exerci­ta-se na fé e serve pela fé.

Solução bíbli­ca

Primeiro, fé impli­ca con­fi­ança no carác­ter de Deus. Pelas Sagradas Escrit­uras sabe­mos que Deus é san­to, jus­to e bom. Ele é fiel às suas promes­sas. Por isso, a fé con­fi­den­cia com Deus sobre os prob­le­mas pes­soais, por mais difí­ceis que pareçam. Cer­to cen­turião romano, que con­fi­a­va no poder de Jesus, con­fi­den­ciou-lhe a neces­si­dade do seu ser­vo e como recon­hecia a Sua autori­dade. “Jesus, ouvin­do isso, admirou-se e, voltan­do-se para a mul­ti­dão que o seguia, disse: Eu vos afir­mo que nem mes­mo em Israel encon­trei taman­ha fé.” (Lc 7:9).

Out­ra vez, os dis­cípu­los pedi­ram que lhes aumen­tasse a fé, e o Sen­hor respon­deu: “Se tivés­seis fé como um grão de mostar­da, diríeis a esta amor­eira: Desar­raiga-te, e plan­ta-te no mar; e ela vos obe­de­ce­ria.” (Lc 17:6). A figu­ra do grão de mostar­da ilus­tra muito bem a respos­ta do Sen­hor: não impor­ta a quan­ti­dade da fé, mas a sua qual­i­dade, vis­to a peque­na semente se tornar uma grande árvore. E noutro lugar está escrito: “pois em ver­dade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostar­da direis a este monte: Pas­sa daqui para acolá, e ele há de pas­sar; e nada vos será impos­sív­el.” (Mt 17:20).

Segun­do, fé impli­ca con­fi­ança na pro­visão de Deus. Encon­tramos uma ilus­tração exem­plar no rela­to de Géne­sis 22, que apre­sen­ta a fé de Abraão na pro­visão de Deus: “Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respon­deu Abraão: Eis-me aqui, meu fil­ho! Per­gun­tou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holo­caus­to? Respon­deu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holo­caus­to, meu fil­ho. E os dois iam cam­in­han­do jun­tos.” (Gn 22:7,8). Na hora do sac­ri­fí­cio Deus impediu Abraão de imo­lar Isaque e supriu aque­la neces­si­dade com um cordeiro pre­so num arbus­to ao lado. Em resul­ta­do dessa pro­visão, Abraão chamou àquele lugar ‘Iavé Jiré’ que sig­nifi­ca ‘Deus proverá’.

A fé arrisca-se a coisas difí­ceis, assim como os con­stantes na Gale­ria dos Heróis da Fé no livro de Hebreus capí­tu­lo onze. Bas­ta incluir aqui a exper­iên­cia de dois deles. “Pela fé Noé, div­ina­mente avisa­do das coisas que ain­da não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o sal­va­men­to da sua família; e por esta fé con­de­nou o mun­do, e tornou-se herdeiro da justiça que é segun­do a fé.” (Hb 11:7).  Hb 11:8–12 – Pela fé Abraão, sendo chama­do, obe­de­ceu, sain­do para um lugar que havia de rece­ber por her­ança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé pere­gri­nou na ter­ra da promes­sa, como em ter­ra alheia, habi­tan­do em ten­das com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mes­ma promes­sa; porque esper­a­va a cidade que tem os fun­da­men­tos, da qual o arqui­tec­to e edi­fi­cador é Deus. Pela fé, até a própria Sara rece­beu a vir­tude de con­ce­ber um fil­ho, mes­mo fora da idade, porquan­to teve por fiel aque­le que lho havia prometi­do. Pelo que tam­bém de um, e esse já amorte­ci­do, descen­der­am tan­tos, em mul­ti­dão como as estre­las do céu, e como a areia inu­meráv­el que está na pra­ia do mar.”

Paulo con­fi­a­va nas riquezas do seu Deus para suprir as neces­si­dades dos crentes, como está escrito: “O  meu Deus suprirá todas as vos­sas neces­si­dades, segun­do as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.” (Fl 4:19).

Ter­ceiro, a fé impli­ca con­fi­ança no amor de Deus. E este amor é mel­hor definido pelo vocábu­lo grego ‘agape’ porque é o amor da entre­ga, do sac­ri­fí­cio pelo out­ro. Isto foi demon­stra­do por Deus, ao entre­gar o Seu úni­co Fil­ho por nós em sac­ri­fí­cio para que, medi­ante a fé nele, pos­samos viv­er isen­tos de peca­do e sem con­de­nação. Como está nar­ra­do em João 3:16: “Porque Deus amou o mun­do de tal maneira que deu o seu Fil­ho unigéni­to, para que todo aque­le que nele crê não pereça, mas ten­ha a vida eter­na.”  E, se nos deu o Fil­ho, como nos não daria tam­bém todas as boas coisas?! “Aque­le que nem mes­mo a seu próprio Fil­ho poupou, antes o entre­gou por todos nós, como não nos dará tam­bém com ele todas as coisas? (Rm 8:32).

A fé per­se­vera na esper­ança, à semel­hança da mul­her cananeia, e, por esse moti­vo, a sua acção foi hon­ra­da pelo Sen­hor: “Então respon­deu Jesus, e disse-lhe: ó mul­her, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E des­de aque­la hora sua fil­ha ficou sã.” (Mt 15:28). 

A fé é prova­da na obe­diên­cia aos man­da­men­tos de Deus e qual­quer coisa que lhe pedirmos dele a rece­ber­e­mos, como João escreveu: “e qual­quer coisa que lhe pedirmos, dele a rece­ber­e­mos, porque guardamos os seus man­da­men­tos e faze­mos o que é agradáv­el à sua vista.” (1 Jo 3:22). 

Quar­to, a fé impli­ca servir a Deus incondi­cional­mente. A fé man­i­fes­ta-se no serviço feito em nome de Deus e para glória de Deus. Como diz Tia­go: “Que proveito há, meus irmãos, se alguém diss­er que tem fé e não tiv­er obras? Por­ven­tu­ra essa fé pode salvá-lo? (Tg 2:14). E con­tin­ua com uma ilus­tração muito práti­ca: Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem fal­ta de man­ti­men­to quo­tid­i­ano, e algum de vós lhes diss­er: Ide em paz, aque­n­tai-vos e far­tai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o cor­po, que proveito há nis­so? Assim tam­bém a fé, se não tiv­er obras é mor­ta em si mes­ma.” (Tg 2.15–17).

Jesus criti­cou os líderes reli­giosos, que servi­am no tem­p­lo em Jerusalém, a cap­i­tal da religião judaica, por não terem servi­do a Deus des­ta for­ma, aju­dan­do o homem que tin­ha sido assalta­do e mal­trata­do no cam­in­ho de Jer­icó. Porém, lou­vou o samar­i­tano, o qual não cul­tua­va a Deus em Jerusalém, mas em Ger­iz­im, segun­do o rito samar­i­tano, porque este dedi­cou tem­po, esforço e din­heiro para aju­dar o próx­i­mo em neces­si­dade. (Cf. Lc 10:25–37).

Con­clusão

Por con­seguinte, podemos diz­er que fé é con­fi­ar no carác­ter imutáv­el de Deus, na sua pro­visão, no seu amor e servi-lo incondi­cional­mente, fazen­do tudo em Seu nome e para sua glória, como pro­va da nos­sa fé. Isto agra­da a Deus e é fonte de pro­visão contínua.

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