ASPETOS DA EXPIAÇÃO

A expiação tem aspetos que devem ser considerados à luz das palavras usadas nas Sagradas Escrituras. Cada uma delas exprime a ação removedora dos fatores que impedem o bom relacionamento entre Deus e o homem.

 1. Propiciação (gr. ilasmos)

Esta palavra refere-se à actividade ritual do sacerdote oferecendo o sangue do sacrifício sobre o altar e sobre a arca do concerto. A tampa dessa arca era chamada propiciatório e era espargida com o sangue do sacrifício. Esta ação tornava Deus propício, isto é, favorável ao pecador de forma a ser restabelecido o bom relacionamento entre ambos; (João 2.19).

Bastam-nos duas frases das Sagradas Escrituras para compreendermos a ideia de propiciação. Lucas 18.13 tem escrito que um funcionário público se pronunciou assim: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador.” Jesus disse que este foi justificado. Quer dizer, as suas palavras de humildade ganharam a simpatia de Deus, que lhe foi favorável e o perdoou. E, quando Pedro intervém para deter o Senhor de ir à cruz dizendo: “Senhor, tem compaixão de ti;” ou, “sê propício a ti” (Mat. 16.22). Porém, Cristo preferiu ser propício aos pecadores e repreendeu Satanás, que tinha inspirado aquela ideia maligna para Ele rejeitar a cruz.

A ideia da expiação veio de Deus, mas a oferta para o sacrifício, no Antigo Testamento, devia partir do homem. Todos os anos, ao décimo dia do sétimo mês, (que é Setembro) deviam oferecer ofertas queimadas para fazer expiação pelos pecados; (Lev. 23.27,28). Na nova aliança, tanto a ideia como a ação partiram de Deus, que nos deu o Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados; (Rom. 3.25). Deus deu-nos o melhor que tinha como prova do Seu amor. Que Lhe daremos nós em prova da nossa gratidão?

1 João 4.10 assegura que Deus enviou o seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. Porém, convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos para ser misericordioso e assim propiciar os pecados do povo; (Heb. 2.17). Ele era divino, porque foi gerado pelo divino Pai; mas, ao mesmo tempo, humano como nós, porque nasceu da humana virgem Maria. Portanto, era divino-humano.

1 João 2.2 comprova que Jesus é a propiciação eterna e universal pelos pecados de todas as pessoas. Basta que creiam sinceramente neste facto consumado para beneficiarem da mesma e sejam perdoadas. Isto é um presente de Deus. Não provém de méritos pessoais, ou de qualquer sacrifício humano, ou, até mesmo desumano; (Efésios 2.8).

Heb. 10.12–18 esclarece que o sacrifício perfeito de Cristo anulou os sacrifícios imperfeitos e repetitivos de animais. Com um único sacrifício destruiu o efeito do pecado para sempre naqueles que o aceitam com plena confiança, e anulou os sacrifícios diários e anuais; (Heb. 10.14,17).

Ler o anterior > Expiação no Calvário

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