O Reino Revelado

O reino revelado.E este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai.” Luc.1.32

Este rei já veio para Israel. É Jesus, o descendente de Davi, que nasceu em Belém de Judá. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Quando rejeitaram o rei perderam o reino que lhes estava destinado. Paulo informa-nos que “o endurecimen­to veio em parte sobre Israel até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o Libertador e desviará de Jacó as impiedades”.

Mateus fornece-nos uma genealogia paterna desde Abraão até Jesus para provar ser Jesus o cumprimento da promessa feita a Israel. Então, usa o trecho de Isaías de forma a identificá-lo com o Emanuel ali mencionado: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é Deus connosco”.

Lucas escreve a revelação dada pelo anjo Gabriel a Maria dizendo que “este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Ambos se ocupam a provar que Jesus, o filho de José e de Maria, é tanto o descendente de David quanto o Filho de Deus com direito legal ao trono do reino eterno.

Lucas refere-se ao incidente em Nazaré, quando Jesus, na sinagoga, leu no Livro do profeta Isaías o que ali está escrito sobre ele: “O espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor… e disse: Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos”16. Estes sinais maravilhosos foram as credenciais divinas do Messias eleito para o Reino de Deus.

Durante o seu ministério, Jesus confirmou ser o enviado em favor de Israel e da humanidade. Quando João Batista mandou perguntar se ele era o Messias, Jesus respondeu aos enviados de modo convincente: “Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem e os coxos andam; os leprosos são limpos e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho”. Estes sinais provaram a João que Jesus era o verdadeiro Messias, o prometido, sendo, portanto, desnecessário esperar outro.

Em resposta à blasfémia dos fariseus, Jesus asseverou que o facto de expulsar os demónios era sinal de haver chegado o reino de Deus 18. Mais tarde perguntam-lhe quando chegaria o reino de Deus e o Senhor respondeu que “o reino de Deus não vem com observação exterior, nem dirão: Ei-lo aqui, ou ei-lo ali, porque o reino de Deus está entre vós”. Jesus estava demonstrando que a oportunidade para o Reino havia chegado. Somente era necessário ingressar nele mediante a porta que ele abrira.

O reino de Deus será observado interiormente, nos corações que o aceitam com fé e dedicação, em demonstração de vidas transformadas e submissão ao Senhor. Jesus tinha isso em mente quando disse a Nicodemos que “aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (João 3.3,5). Para entrar no reino de Deus é preciso tornar-se como um menino, de mente pura, submisso, e sem malícia.

Nascer de novo significa renascer, vir de cima, do Pai do céu, com vida nova para viver no reino dos céus. A carne veio do pó e volta para lá. O espírito que vem de Deus é eterno e concede vida nova para viver aqui e na eternidade. O reino de Deus é caracterizado por vida nova, em obediência à vontade do Senhor, contribuindo, deste modo, com justiça e paz para felicidade de todos.

Cristo está falando de coisas espirituais, da transformação da natureza humana de forma a ser submissa à vontade de Deus. Na oração que Ele ensinou refere: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade”. O reino de Deus havia sido iniciado com a submissão do Filho ao Pai. Ele propriamente deu o exemplo para que todos o seguissem na construção do reino dos céus.

Continuando, Jesus ensina que a Sua vontade deve ser feita “Assim na terra como no céu”. Aqui, na terra, domina Lúcifer onde a maioria faz a sua vontade e, por isso mesmo, assistimos a tanta injustiça, e desordem, e crime. Porque tudo isto lhe é próprio. Por conseguinte, é extremamente necessário que esta submissão seja transferida para Deus de forma que aconteça assim na terra como no céu. E quando isto suceder teremos o reino do céu na terra. Foi com este alvo que, tanto João, como Jesus e os apóstolos, pregaram o arrependimento e a conversão.

Com Jesus chegou uma nova dispensação espiritual, uma nova vida, um novo reino, o seu reino. Ele veio do céu para destruir as obras do diabo, e colocar o seu trono, primeiramente, nos corações humanos. O seu reino é tão real quanto o for a obediência à sua palavra. É preciso destruir o reino de Satanás e construir o reino de Deus. Por este motivo há dois milénios têm soado as palavras de Jesus: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. Só mediante o arrependimento e a consequente conversão a Deus as pessoas poderão entrar no reino dos céus. Não existe outra maneira mais fácil.

No tempo da Igreja, Deus está conduzindo os indivíduos que revelam disposição a seguir os seus soberanos desígnios. O Senhor, mediante o Espírito Santo, transforma a natureza humana caída, a fim de voltar a ser conforme a Sua imagem santa. Só estes, regenerados pelo Espírito Santo, têm direito a formar o reino dos céus, aqui na terra. Assim escreveu S. Paulo: “Pois, antes de o mundo existir, ele escolheu-nos para, juntamente com Cristo, sermos consagrados a Deus e vivermos diante dele, no seu amor e sem pecado”. Este propósito primário será seguido pela consumação do reino quando Cristo voltar. 

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