Origem dos Ciganos

ORIGEM

Os ciganos são um povo disperso e nómade, com aproximadamente cinco milhões de pessoas, com traços históricos e culturais próprios, que os distinguem dos outros povos. As suas origens são duvidosas, embora alguns estudiosos tenham considerado que as suas raízes estejam na Índia setentrional.

Devido à etimologia do seu próprio nome, foi levantada a hipótese de terem partido do Egipto em peregrinação pelo mundo em busca de um lugar para viver. Assim, os ciganos encontram-se em toda a parte, mas sem perderem as suas tradições ancestrais, embora, às vezes, com algumas variantes.

Ainda que o vocábulo inglês “gipsy”, o húngaro “egyptener”, ou o turco “farauni” pareçam testemunhar a origem egípcia, temos também os vocábulos aparentados com a Boémia: o francês “bohemiens”, o catalão “bomians”, e o aragonês “bohemianos”, o que não significa que a sua origem seja a Boémia, na Europa central. Estas designações se deverão ao facto das suas constantes deslocações, porque quando apareciam noutro local eram provenientes de algum daqueles lugares.

Destaco os termos “gypsy” “egyptener” e “farauni” que parece indicarem a sua origem no Egipto. Serão, portanto, descendentes do povo que saiu do Egipto juntamente com Israel,  provavelmente a grande multidão de gente que a Bíblia relata.

As origens dos ciganos permaneceram obscuras durante muito tempo, o que estimulou o   aparecimento de lendas a seu respeito. Segundo uma lenda, absurda, teriam sido condenados a errar pelo mundo devido a não terem hospedado a virgem Maria aquando da sua fuga para o Egipto, ou por terem massacrado as crianças de Belém, ou por terem aconselhado Judas a vender Jesus.

Há hipóteses de serem originários da Núbia, remanescentes da Babilónia, descendentes dum povo pré-histórico, dos mouros andaluzes, ou de uma raça mista de mouros e judeus.

Uma hipótese, também muito credível, é a origem egípcia, defendida pelo escritor espanhol José Carlos de Luna, o qual tenta explicar o caso considerando-os descendentes dos Icsos. Voltaire considerava-os descendentes dos sacerdotes de Ísis. Quando chegaram à Europa ocidental, e segundo documentos do século quinze, os ciganos consideravam-se originários do Baixo-Egipto.

Geralmente, os ciganos falam uma língua própria – o romani – ou dialectos dele. Um estudioso, no século dezassete, Stephan Valyi, encontrou semelhanças do “romani” com as línguas indianas. Segundo ele, os ciganos serão oriundos da região de Gujarat, na margem direita do rio Sind.

Outro estudioso, August Friederich Pott, no século dezanove, provou que todas as variedades do “romani” na Europa e na Ásia, provêm da mesma fonte, em estreita relação com as línguas indo-arianas da Índia setentrional.

Ainda, estudos antropológicos levaram à conclusão de que cor, pigmentação da pele, índices encefálicos, grupos sanguíneos, tensão arterial, etc., aproximam os ciganos dos povos indianos. O tempo e a razão da sua migração estão ainda por definir. Mas no final século catorze, os ciganos começaram a ser referidos em documentos escritos europeus.

Quanto ao comportamento psicológico deve dizer-se que a sua independência é o maior bem. Geralmente encontram segurança no seu próprio grupo familiar, que é regido por leis próprias, transmitidas pelos ancestrais. Os “romani” agrupam-se em “Kumpanias” unidas por interesses económicos, cujos chefes são eleitos na base da competência.

(Apontamentos tomados da Enciclopédia Mirador Internacional, Vol. V, Brasil).

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