Reino em Parábolas II

Unidos pelo Espírito

O reino em parábolas. Jesus assemelha o reino dos céus a um pequeno grão de mostarda, o qual cresce até ser uma planta grande que serve de abrigo às aves do céu. Com esta parábola Cristo enfatiza o começo insignificante do seu reino, o qual se vai desenvolvendo até tomar tais proporções que providencia proteção a todos aqueles que entram nele. Não temos nós experimentado isto mesmo? 

O simbolismo desta parábola entende-se melhor recorrendo àquela visão de Nabucodonosor, relatada em Dan. 4:10–16. O rei sonhou com o seu grande império e a sua consequente destruição. Porém, o mesmo projeto terá cumprimento no reino de Cristo. Do insignificante começo com doze homens humildes, no dia de pentecostes começou a crescer até encher a terra. A árvore não deixa de crescer dando guarida e proteção a tanta gente necessitada; mesmo àqueles insinceros. Isto é confirmado por Paulo quando escreve aos colossenses: “A Boa Nova que receberam está a dar fruto e a crescer como aconteceu entre vocês, a partir do dia em que ouviram falar da bondade de Deus e a conheceram de verdade”. 

A seguir Jesus assemelha o reino dos céus com a parábola do fermento. Não é lícito concluir que o fermento, nesta lição, seja símbolo do mal. Pois, o contexto demonstra significar o desenvolvimento do reino. Uma pitada insignificante de fermento, como a diminuta semente, provoca o crescimento irreversível da massa, mediante o novo nascimento dos que creem em Cristo. O ensino de Jesus, nesta parábola, não é tirado da natureza do fermento, mas sim da sua ação no interior da farinha, fazendo‑a crescer. Do mesmo modo, o novo reino por Ele iniciado terá progresso contínuo e irreversível. Pois, a Palavra (logos) usada produzirá crescimento irresistível. A fim de dar mais luz, incluo aqui como João escreveu acerca de Jesus, ou, o Verbo. “No princípio era o logos, e o logos estava com Deus, e o logos era Deus”. É neste logos que está o poder irreversível do crescimento. Contribuamos, unidos a Jesus, para o crescimento do Reino dos céus. 

Outrossim, “o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um ho­mem, ao descobri-lo, escondeu; então, movido de gozo vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo”. Pelo contexto descobre-se que o campo é o mundo, o tesouro são os seus habitantes, e o comprador é Deus que sacrificou o seu Filho para nos resgatar e lhe pertencermos. Assim diz Paulo. “Porque fostes comprados por elevado preço, glorificai pois a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. 

Jesus não está ensinando que os pecadores têm de comprar a entrada no reino. Isso seria ab­surdo. Também não significa que seja necessário acrescentar algum sacrifício àquele que foi efetuado no Calvário. Ali, Cristo proclamou bem alto “está consumado”, o que quer dizer: Paguei completamente a tua dívida. Agora, se creres, nada mais terás a pagar. Éramos devedores a Deus e ele saldou completamente a nossa dívida. Pedro afirma que fomos resgatados com o precioso sangue de Cristo. Ora, Cristo resgatou os pecadores da condenação a que estavam sujeitos devido ao pecado. 

Portanto, o elevado preço pago foi para nos possuir no seu reino. Se valemos o seu sacrifício, o seu sangue, e a sua vida, então, somos o seu tesouro. Fazer depender a salvação, ou a entrada no reino Deus do sacrifício humano e das obras, não se coaduna com a mensagem e a obra de Cristo. Paulo ensina claramente, aos cristãos de Éfeso, o seguinte: “Pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie”. A entrada no reino é a motivação para realizar as obras do agra­do do Senhor. E, vale a pena ocupar-se no Reino de Deus. 

Semelhante ensino encerra a parábola da pérola de grande valor. É errado considerar Jesus, a salvação, ou o reino, como algo que tenhamos de comprar para possuir. À luz do ensino do Mestre, no contexto, o comprador é Deus, na pessoa do Filho, que deu tudo quanto possuía a fim de remir e separar para si um povo especial. Estas duas ilustrações podem referir-se aos dois povos, judeus e gentios, que Cristo quer unir em um só corpo, cuja cabeça seja Ele para um governo eficaz. Lembremos as suas palavras acerca do bom pastor: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor”. Cristo comprou para si mesmo um tesouro, uma pérola, um povo especial, para estar ao seu lado eternamente.

Finalmente, vem a parábola da rede que apanha toda a qualidade de peixes. Quando é puxada para a praia, os pescadores separam os bons dos maus e estes lançam fora. “Assim será na consumação dos séculos: Virão os anjos e separarão os maus dentre os justos e os lançarão na fornalha de fogo”, diz o Senhor Jesus (cf. Mt.13.49,50). Os peixes ruins, segundo a legislação mosaica, eram cerimonialmente imundos por não terem escamas nem barbatanas. Visto que não serviam para comer eram rejeitados. 

Jesus, com a rejeição dos peixes, ilustra o que acontecerá quando voltar para o seu reino. Aqueles que não foram purificados pelo sangue do Cordeiro serão separados e destinados para o fogo eterno. Dwight Pentecost diz que “a parábola, então, revela que a forma presente de teocracia findará com um julgamento no qual os maus serão removidos da forma vindoura do reino”. Isto é, no final da presente época da Igreja haverá um julgamento no qual os ímpios e rebeldes serão impedidos de fazer parte do Reino de Deus. Por este motivo é aconselhável preparar-se para se encontrar com Deus e responder ao Seu inquérito.

Ler ainda > A Ética do Reino

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