O Filho de Deus

Jesus não é um filho de Deus, Ele é o unigénito Filho de Deus. E, por filho depreende-se alguém que nasceu de suposta pessoa. Ora, Jesus, como homem, foi gerado pelo Pai e veio do céu, proveniente do Pai. Ele é o Filho de Deus em sentido único, cujo título não cabe a nenhum outro indivíduo. Assim escreveu Paulo aos crentes da Galácia: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gl. 4.4,5). A sua filiação atesta a sua divindade. Ele é Deus tal como o Pai é Deus. A Epístola a Tito deixou-nos o testemunho do que acreditavam os primitivos cristãos: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt. 2.13).

O anjo enviado a Maria esclareceu‑a que “descerá sobre ti o Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus (Lc. 1.35). O anjo que foi a José deixou esta mensagem: “o que nela está gerado é do Espírito Santo, e dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt. 20.21). O próprio Pai deu testemunho do filho com estas palavras no dia do seu baptismo: “Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mc. 1.11. Mt. 3.17). Aquando da sua transfiguração gloriosa, Pedro, João e Tiago, ouviram sair da nuvem uma voz que dizia: “Este é o meu amado Filho, a Ele ouvi (Lc. 9.35; Mc. 9.7; Mt. 17.5).

O testemunho que o Filho dá de Si mesmo é importantíssimo, pois revela estar consciente da sua posição. Aos doze anos já tinha consciência da sua filiação divina. Quando foi procurado e achado no templo em Jerusalém, entre os doutores, ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc. 2.49). É lógico depreender que falava do Pai celestial, cujos negócios são as pessoas e o reino. Aquando das suas últimas instruções, o Senhor confirmou. “Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo e vou para o Pai (Jo. 16.28). “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo. 20.21). Quando Filipe revelou interesse em ver o Pai, Jesus respondeu: “Quem me vê a mim vê o Pai; …crede-me ao menos por causa das mesmas obras” (Jo. 14.9,11). Jesus apela para o testemunho das suas obras, que são semelhantes às do Pai (Jo. 5.19–21). Estava ali o Deus feito homem para ser visto pelos homens.

Os discípulos deixaram-nos o testemunho da sua aceitação de que Cristo era o Filho de Deus. No relato do seu encontro com Natanael, está a confissão deste: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo. 1.49). “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” é a confissão de Pedro (Mt. 16.16). Agora observe-se a confissão de Marta: “Creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo” (Jo. 11.27). Os discípulos foram instruídos para baptizarem os crentes em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt. 28.19). Mesmo após a sua morte consideraram-no como o Filho de Deus (At. 4.27,30). Ele foi apresentado aos hebreus como o Filho de Deus (Hb.1.5–8; 5.5). Após a conversão de Saulo este logo nas sinagogas pregava que Jesus era o Filho de Deus (At. 9.20). Mais tarde referiu que “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou… como nos não dará com ele todas as coisas?” (Rm. 8.32).

Têm que ser ainda referidos os testemunhos dos espíritos malignos que se encontravam com Cristo: “Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus?” (Mt. 8.29). “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” (Mc.5.7). Quando entrou numa sinagoga alguém que estava ali clamou: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és, o Santo de Deus” (Lc. 4.34). E, o capitão da guarda romana, junto à cruz, exclamou: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mt. 27.54; Mc. 15.39). Continua

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