O Filho do Homem

Esta expressão, Filho do Homem, significa que Jesus participava da natureza e das qualidades humanas. Ele, existindo desde a eternidade como Deus, assumiu a forma humana a fim de se identificar connosco, experimentar tudo como nós, e sofrer humanamente em nosso lugar a condenação que nos estava destinada (Fp. 2.5–8). Aquele título está relacionado com a sua vida terrena e cumprimento do seu ministério.

Ao assumir a forma humana, Jesus não deixou de ser Deus, apenas habitou num corpo semelhante ao nosso a fim de se manifestar racionalmente e sofrer amorosamente pelos nossos pecados. O Filho de Deus fez-se filho do homem para que os filhos dos homens fossem feitos filhos de Deus. João escreveu que a todos quantos O receberem é dado o direito de se chamarem filhos de Deus (Jo. 1.12). Paulo atesta que todos somos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (Gl. 3.26).

Jesus foi gerado milagrosamente na virgem Maria por acção do Espírito Santo (Lc.1.30–32). Ele foi declarado filho de David com direito ao trono de Israel e, como tal, foi reconhecido por muitos dos seus compatriotas e estrangeiros. “Senhor, filho de David, tem misericórdia de mim” (Mt. 15.22; 20.30,31). “Hosana ao filho de David; bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt. 21.9,15).

Cristo veio do céu com o propósito especial de cumprir as profecias a seu respeito. Conforme o seu costume, entrou numa sinagoga e foi convidado a ler as Escrituras. Abriu o livro do profeta Isaías no lugar onde diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos e a dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. Depois, sentou-se e disse: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (cf. Lc. 4.16–21).

Cristo veio para habitar entre nós, e foi vista a sua glória como a glória do Pai (Jo. 1.14). Ele veio para revelar o Deus desconhecido, o verdadeiro Deus. Ninguém jamais tinha visto a Deus; o Filho tornava‑o agora conhecido (Jo. 1.18). Ele dizia: “Crede-me que estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14.9). Cristo veio para glorificar a Seu Pai celestial (Jo. 17.4). Em toda a sua vida e ministério empenhou-se a fazer tudo para glória do Pai.

Os propósitos do seu ministério terreno já foram mencionados acima. Porém, resta referir alguns exemplos relatados nas Escrituras considerados importantes. Eis as Suas próprias palavras: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento (Mc. 2.17; Lc. 5.32). A sua pregação continha o convite ao arrependimento para entrar no reino de Deus. Dizia: “O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc. 1.15).

Em Mateus lê-se assim: “Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus” (Mt. 4.17). Noutro lugar está escrito: “Se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado a vós o reino de Deus (Mt. 12.28). E ainda: “O reino de Deus não vem com aparência exterior, nem dirão, hei-lo aqui, ou hei-lo ali, porque o reino de Deus está entre vós” (Lc. 17. 20,21). A presença do Rei implicava na presença do reino.

Cristo veio para ser o Salvador dos pecadores. “Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc. 9.56). “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt. 20.28). Quando estava na cruz do sofrimento, ele exclamou vitorioso: “Está consumado” (Jo. 19.30). Deste modo Ele tinha derrotado Satanás e as suas obras; “porque para isto o Filho se manifestou, para desfazer as obras do diabo” (1 Jo. 3.8).

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