A ÉTICA DO REINO

Unidos pelo Espírito

Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” Mt. 5.48

Qualquer reino precisa de leis para orientação dos súbditos. Jesus não deixou de apresentar as normas do seu reino de forma a assegurar as características dos membros do mesmo. O chamado sermão da montanha, descrito por Mateus, nos capítulos cinco a sete, é uma síntese dos princípios que caracterizarão o reino anunciado por Cristo.

Os cristãos têm aí o padrão aferidor das suas vidas, a fim de estarem sempre em condições para comparecer diante de Deus, e entrar no seu reino. Quando os crentes satisfazem essas normas estão dando provas da regeneração efetuada pelo Espírito Santo, e de estarem integrados no reino espiritual. Assim falou Jesus aos discípulos: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mt. 5. 20

Enquanto os fariseus se preocupavam em cumprir rituais da tradição conectados com o exterior, Jesus, pelo contrário, apela para o interior do homem e confronta as teorias deles com os seus altos ideais para o reino. Mateus escreveu que as suas doutrinas eram preceitos de homens e não mandamentos de Deus. “A lei prescrita por Jesus não é nenhum código de regras exteriores que possa ser seguido ao pé da letra, mas sim, uma série de princípios, ideais, e motivos para conduta.”(Com. Série Cultura Bíblica)

O profeta Jeremias predisse que Deus estabeleceria estes princípios nas mentes e nos corações quando efetuasse a nova aliança com o seu povo. “Este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” Jr. 31.33.

Como cristãos podemos perceber nos ensinos sublimes do sermão da montanha o nobre ideal de Deus para a humanidade, e o seu valor moral a fim de possuirmos vidas felizes e prósperas. Jesus esclareceu que quem desobedecer a um destes mais pequenos mandamentos e assim ensinar outros será considerado o menor no reino dos céus. Porém, aquele que obedecer e ensinar corretamente, esse será grande no reino dos céus. Homer A. Kent Jr. diz assim: “Aqueles que não se opõem em princípio às leis de Deus, mas fogem às suas exigências menos importantes, não serão lançados fora do reino, mas terão uma recompensa menor no reino.” (Com. Bib. Moody)

Analisemos em síntese a ética do reino descrita por Mateus no capítulo cinco do seu evangelho. Por ética entende-se o conjunto de preceitos instituídos por Deus a fim de regular as relações sociais dos indivíduos, e preservar a moral e a paz, a fim de todos serem felizes.

Primeiro aparecem as beatitudes, que não são promessas nem mandamentos, mas uma descrição do indivíduo cujas características evidenciam o novo nascimento e, por conseguinte, o direito ao reino e a respetiva recompensa. Os cidadãos do reino devem cumprir a função de sal da terra, como forma de serem úteis à sociedade. Isto significa que a presença dos cristãos no mundo serve de repressão à influência corruptora de Satanás. Também, os discípulos devem ser a luz do mundo, esclarecendo aqueles que vivem no reino das trevas e conduzi-los para o reino da luz.

Para que os fariseus não continuassem afirmando que Cristo viera destruir a lei, Ele confrontou-os com seis belas ilustrações dos seus ideais éticos, demonstrando ser ainda mais exigente, e requerendo deles o que não estavam praticando em seus relacionamentos sociais.

   1. “Eu, porém, vos digo que, qualquer que sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo.” Mt. 5.22. O insulto ao irmão pode trazer juízo ao ofensor porque isso equivale a matar. A advertência do Senhor é que se busque a reconciliação antes de cultuar. Doutra sorte, o culto não será válido e Deus não o aceita.

   2. “Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mt.5.28. O olhar impuro, concupiscente, pode levar a cair no pecado. Antes que isso aconteça seria melhor arrancar o olho. Porém, como o olho faz falta, o melhor será evitar certos lugares duvidosos, revistas, ou atividades indecorosas. Bom é não poluir a mente com o lixo deste mundo. É preciso vigiar constantemente para não aceitar a poluição espiritual.

   3. “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz com que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” Mt. 5.32. Aqui, o divórcio é desaconselhado sob pena de ocasionar adultério. Mas, existe aqui uma exceção em relação ao casamento, devido à dureza dos corações, a infidelidade de uma das partes e a falta de perdão. Mt. 19.9.

   4. “Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis… Seja o vosso falar, sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mt.5.34,37. O cristão já se libertou do domínio da velha natureza. Com Cristo recebeu a verdade, vive na verdade, e fala a verdade com o seu próximo. E ponto final.

   5. “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” Mt.5.39. A vingança não deve ocupar a mente dos cristãos. O nosso mestre, Jesus, não se vingou dos seus adversários, dando-nos, assim, o exemplo. Paulo dá-lhe o significado desta maneira: “Por que não sofreis antes a injustiça ? Por que não sofreis antes o dano? (1 Co. 6.7).

   6. “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.” Mt. 5.43. O amor a todos, sem aceção de pessoas, é requerido como prova de perfeição e filiação divina para ter direito ao reino. Este amor é o grego “agape”, demonstrado na cruz pelo Senhor, o qual consta de três fatores importantes reveladores do estado espiritual dos crentes. São eles:

a. Dizer bem dos que nos maldizem.

b. Fazer bem aos que nos malfazem.

c. Orar bem pelos que nos maltratam.

Nisto reside a perfeição dos súbditos do reino, e a prova clara da filiação divina. Mt. 5.48.

Ler mais > A Dimensão do Amor

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