A Nova Criação

Final­mente, assim como do nada Deus fez todas as coisas, tam­bém do já exis­tente Ele pode faz­er coisas novas. A expi­ação efec­tu­a­da no calvário tem o firme propósi­to de restau­rar todas as coisas. O últi­mo ser cri­a­do, o homem, é o primeiro a ser regen­er­a­do para, então, os primeiros a serem cri­a­dos serem tam­bém transformados.

O resul­ta­do da expi­ação é apli­ca­do pela Trindade, medi­ante três acções simultâneas, em respos­ta a out­ras três ati­tudes do homem, tam­bém simultâneas, ref­er­entes ao peca­do. A sal­vação foi ofer­e­ci­da pelo Pai, con­quis­ta­da pelo Fil­ho, e é apli­ca­da pelo Espíri­to San­to, con­forme a fé de cada um. Eis os impor­tantes aspec­tos da sal­vação: O arrependi­men­to do peca­do; a fé no sac­ri­fí­cio de Cristo; e a con­ver­são a Deus, pro­duzem jus­ti­fi­cação, regen­er­ação e santificação.

A jus­ti­fi­cação, do grego “dikaiosij” (dikaio­sis) é um acto da graça de Deus pelo qual Ele declara o pecador arrepen­di­do livre da con­de­nação, medi­ante a sua fé na sub­sti­tu­ição efec­tu­a­da por Cristo. Havia neces­si­dade da jus­ti­fi­cação por causa da ira sobre o peca­do; “porque do céu se man­i­fes­ta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos home­ns que trans­for­mam a ver­dade em injustiça (Rm. 1.18).

Quan­do o réu se apre­sen­ta per­ante o Juiz, arrepen­di­do, e com as cre­den­ci­ais da fé no sac­ri­fí­cio expi­atório, recebe a sen­tença favoráv­el que o lib­er­ta da con­de­nação. Deus não somente per­doa todos os peca­dos, mas declara o pecador jus­ti­fi­ca­do, isto é, considera‑o como se nun­ca tivesse peca­do. Só Deus pode praticar tão mar­avil­hosa acção. Isto acon­tece porque Aque­le que nun­ca pecou foi feito peca­do para que os pecadores fos­sem feitos justiça de Deus (2 Co. 5.21).

A base da jus­ti­fi­cação é a graça de Deus que se man­i­festou em Cristo Jesus trazen­do sal­vação a todas as pes­soas (Tt. 2.11). A lei diz: Tens de pagar pelos teus peca­dos; “porque o salário do peca­do é a morte” (Rm. 6.23). A graça diz: Tudo está pago pelos teus peca­dos; “porque Cristo veio dar a sua vida em res­gate dos pecadores (Mt. 20.28).

A jus­ti­fi­cação é gra­tui­ta; é resul­ta­do da graça div­ina e da redenção efec­tu­a­da por Cristo (Rm. 3.21–26; 5.2). “Pois, assim como por uma só ofen­sa veio juí­zo sobre todos os home­ns para con­de­nação, assim tam­bém por um só acto de justiça veio a graça sobre todos os home­ns para jus­ti­fi­cação de vida” (Rm. 5.18).

A graça de Deus pro­cede do Seu amor incondi­cional que se chama “agaph” (ágápê) o qual foi man­i­fes­ta­do no calvário, na morte do Seu Fil­ho para nos jus­ti­ficar (Rm. 3.21–26). A graça de Deus faz fil­hos herdeiros; “porque Deus envi­ou Seu Fil­ho a fim de rece­ber­mos a adopção de fil­hos e herdeiros com Cristo (Gl. 4.4–7; Rm. 8.17).

O meio da jus­ti­fi­cação é o arrependi­men­to do peca­do e a fé no sac­ri­fí­cio do calvário; por este moti­vo, Ele man­dou-nos procla­mar o evan­gel­ho do arrependi­men­to em todos os lugares (At. 17.30,31). Jesus mes­mo afir­mou: “Eu não vim chamar os jus­tos, mas sim os pecadores ao arrependimento”(Lc. 5.32). O fun­cionário públi­co, no tem­p­lo, disse: Ó Deus, tem mis­er­icór­dia de mim, pecador;” e foi jus­ti­fi­ca­do (Lc. 18.13,14). O arrependi­men­to diz respeito ao grande sen­ti­men­to de pesar pelo peca­do; enquan­to a fé está vira­da para o sac­ri­fí­cio do Cordeiro de Deus que tirou o peca­do do mundo.

O arrependi­men­to sig­nifi­ca uma mudança de ati­tude men­tal rel­a­ti­va ao peca­do. Como anun­ciou Pedro aos seus ouvintes, no Tem­p­lo em Jerusalém: “Arrepen­dei-vos, pois, e con­vertei-vos para que sejam apa­ga­dos os vos­sos peca­dos, e ven­ham assim os tem­pos do refrigério pela pre­sença do Sen­hor” (At. 3.19). Apa­gar os peca­dos é o mes­mo que lançá-los na pro­fun­deza do mar ou no esquec­i­men­to. É não deixar vestí­gio deles para se recor­dar do pas­sa­do. Deus mes­mo diz que jamais se lem­brará dos nos­sos peca­dos (Hb.10.17). Por con­seguinte, jus­ti­fi­cação é a ante­ci­pação do jul­ga­men­to do pecador. Quem for jus­ti­fi­ca­do pela fé já não com­pare­cerá no juí­zo final para con­de­nação (Ap. 20.11–15).

Ler mais > ‘A Regen­er­ação’

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