Muitos amigos

Ou o Verdadeiro Amigo

CURIOSIDADES DA LÍNGUA HEBRAICA

Provér­bios 18.24

Um homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há um amigo mais chegado do que um irmão.”

Questão

Será mes­mo que um homem que tem muitos ami­gos pode con­grat­u­lar-se? O que diz real­mente a Escrit­u­ra Sagrada?

Con­tex­to bíblico

Observe­mos o v. 24 com o con­tex­to ante­ri­or, o v. 23, lit­eral­mente. Note o sub­lin­hado: Um pobre fala com súpli­cas, mas um rico responde com dureza. Um homem de com­pan­heiros é para ruí­na, mas há ami­go mais chega­do que irmão, tradução lit­er­al. Mais claro: Um homem com cama­radas está sujeito à ruí­na, mas existe ami­go mais chega­do que irmão.

Vamos decom­por a frase hebraica de Provér­bios 18:24, com a tradução por baixo. Se com­pararmos as partes sub­lin­hadas con­cluí­mos que o autor jogou com vocábu­los de fonéti­ca se­melhante para ensi­nar um princí­pio impor­tante. Ler da dire­i­ta para a esquer­da:           

iirthl                                       ‚yir                                     wya   
é para a ruí­na                         de com­pan­heiros                        um homem
xam                     qbd                                   bha                           wyv 
que irmão            mais chega­do                          um ami­go                    mas há
 

Jun­te­mos o con­tex­to ante­ri­or e posterior:

        18.23  Um pobre fala com súpli­cas, mas um rico responde com dureza.

24  Um homem de com­pan­heiros é para ruí­na, mas há ami­go mais chega­do que um irmão.

19. 1  Mel­hor é o pobre que anda na sua inte­gri­dade, do que o per­ver­so de lábios e tolo.

2  Não é bom agir sem reflec­tir, e o que se apres­sa com os pés erra o caminho.

3  A estultí­cia do homem per­verte o seu cam­in­ho, e o seu coração se irri­ta con­tra o Senhor.

4  As riquezas granjeiam muitos ami­gos ( ‚yir) pl. cama­radas ou com­pan­heiros), mas do pobre o seu próprio ami­go se sep­a­ra (ir) sg. cama­ra­da ou companheiro).

Note-se a semel­hança da raiz hebraica de com­pan­heiros (ir) e ruí­na (ir). E mais impor­tantes são os vocábu­los hebraicos (bha) ‘ami­go’ que é semel­hante ao do ‘amor’ (bha) ‘ahav’; ambos são com­pos­tos pelos mes­mos car­ac­teres, só se dis­tin­guin­do pelo acrésci­mo dos sinais vocáli­cos. Deve­mos ain­da con­sid­er­ar que o tex­to foi escrito no ambi­ente cul­tur­al não-cristão. Por isso não pode referir-se aos nos­sos ami­gos cristãos, mas aos com­pan­heiros de rua. O ami­go é aque­le que ama e aju­da o seu amigo.

Então, um homem não tem muitos ami­gos, mas muitos cama­radas que o usam em bene­fí­cio próprio. Se ele chegar à ruí­na desprezam-no ime­di­ata­mente. Isso acon­te­ceu com o fil­ho pródi­go, nar­ra­do por Lucas, que, ten­do chega­do à ruí­na, foi despreza­do pelo seu próprio irmão, que não era seu ami­go. Mas teve um ver­dadeiro ami­go, o seu pai. O ver­dadeiro ami­go é aque­le cujo amor ‘ahav’ nun­ca fal­ha, como diz Paulo aos corín­tios. O hebraico ‘ahav’, em grego ‘agápe’ é nome e car­ac­terís­ti­ca de Deus, e este amor nun­ca fal­ha. Nun­ca cai, per­manece no mes­mo nív­el ape­sar das cir­cun­stân­cias, como expres­sa o grego em 1 Co 13.4–8.

A ver­dade é esta: O homem que tem muitos cama­radas chega à ruí­na; mas há ami­go mais chega­do que um irmão. Aque­le que aju­da e não prejudica.

O princí­pio é: Sê sábio a escol­her o teu ver­dadeiro ami­go. Isto con­cor­da com o de Pv 22.6.

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